Segunda-feira, dia 24 de junho deste ano, celebramos a Natividade de São João Batista, conhecido como o “percursor” de Cristo. Pouquíssimos santos são tão populares aqui no Brasil como São João Batista cuja vida e pregação, seus atos e morte aparecem nos evangelhos. A festa dele é celebrada com cantos, danças folclóricas, fogueiras, quadrilhas, foguetes além das procissões etc. Filho de Zacarias, sacerdote do Templo, e de Isabel, prima de Maria, a Mãe de Jesus. Não tinham filhos porque Isabel era estéril e os dois eram de idade avançada. Seu milagroso nascimento e missão foram anunciados pelo Anjo Gabriel ao pai Zacarias. Sabemos pouco de sua infância e adolescência. São Lucas nos conta que “Quanto ao menino, ele crescia e o seu espírito se fortalecia; e esteve nos desertos até o dia da sua manifestação a Israel” (Lc 1, 80). O evangelho descreve com traços fortes e sóbrios seu estilo de vida e pregação. Alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre, vestia uma pele de camelo e pregava o arrependimento e a preparação para a vinda do Messias e de seu reinado.
João começou a pregar e batizar próximo do ano 27 de nossa era e, segundo São Lucas, “foi-se por toda a região do Jordão proclamando o batismo para o perdão dos pecados” (Lc 3,3). João Batista teve o singular privilégio de batizar o próprio Cristo, embora protestasse ser indigno de desatar-lhe as sandálias. Novamente, segundo São Lucas, João disse: “Eu vos batizo com água, mas vem o que é mais forte que eu e não mereço soltar-lhe a correia do sapato. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo” (Lc 3,16). Daí lhe vem seus dois grandes títulos “Precursores” e “Batista”. No seu evangelho São João afirma: “Houve um homem enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunha da luz, a fim de que todos cressem por ele”. “Ele não era a luz, mas devia dar testemunho da luz” (Jo 1, 6-8). João reconheceu Cristo como o Messias quando o Espírito Santo desceu sobre ele. “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29). O próprio Jesus fez o melhor elogio ao Batista quando Ele disse: “Entre os nascidos de mulher não há ninguém maior que o João” (Lc 7, 28). Novamente Jesus falou sobre João quando Ele disse: “Dele é está escrito: Eis que envio o meu mensageiro diante de ti; ele preparará o teu caminho diante de ti” (Lc 7, 27).
João morreu mártir porque denunciou publicamente o adultério de Herodes, que vivia com sua cunhada Herodíades. Salomé, filha de Herodíades, a pedido de sua mãe, exigiu a cabeça de João depois de haver dançado na frente de Herodes. João foi preso, encarcerado na prisão de Maqueronte, perto do Mar Morto e degolado. Sua cabeça foi entregue à Salomé em uma bandeja. A festa de seu nascimento vem sendo celebrada desde o século lV no dia 24 de junho. João pertence ao Antigo Testamento e nós ao Novo. Quem viver plenamente a redenção que vem de Cristo, já é maior, pela graça, que o profeta e mártir João. Porque Cristo disse: “…o menor no Reino de Deus é maior do que ele”.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald,
Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1
(Fontes: “Dicionário dos Santos”, Santidrián & Astruga, Editora Santuário, p.116, e O Santo do Dia, Conti, Vozes, pps. 272)