[NOTÍCIAS] Dom José Maria Pires em Fortaleza

Dom José Maria Pires, bispo emérito de João Pessoa, fará palestra em Fortaleza nos próximos dias 10 e 11 de junho, no Centro de Pastoral Maria Mãe da Igreja, às 19 horas. Com entrada franca.  Os temas das palestras serão: Dia 10/06: O Concílio Vaticano II e a Igreja dos Pobres; Dia 11/06: Expressões eclesiais da Igreja dos Oprimidos no nordeste brasileiro.

O momento é uma promoção do Grupo Dom Helder, grupo formado em janeiro de 2014, composto por pessoas de diversos segmentos da sociedade que tem como objetivo manter viva a memória de Dom Helder Câmara. O grupo promove palestras, publicações, seminários e outras atividades do gênero.

Segue abaixo um texto produzindo por Geraldo Frencken, que retrata um pouco dos trabalhos do palestrante.

Alex Ferreira – Grupo Dom Helder

BISPO DA IGREJA DO POVO

 

JOSÉ MARIA PIRES nasceu em Conceição do Mato Dentro no distrito de Córregos (MG) em 15 de março de 1919. Aos doze anos de idade entrou no seminário de Mariana. Ordenou-se padre aos 22 em Diamantina em 20 de dezembro de 1941. Sua ordenação de bispo veio em 22 de setembro de 1957, sendo nomeado para a diocese de Aracuaí (MG), servindo ao bom povo daquele interior mineiro. Seu lema episcopal diz: “SCIENTIAM SALUTIS” (A ciência da Salvação). Em dois de dezembro de 1965 foi nomeado arcebispo de João Pessoa, capital paraibana, desenvolvendo os trabalhos pastorais naquele canto do Nordeste entre os anos de 1966 e 1995. Foi membro da Comissão Central da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e assumiu a presidência da Comissão Episcopal Regional do Nordeste.

A partir de sua “aposentadoria”, Dom José foi morar em Belo Horizonte, continuando a prestar seu valioso serviço à Sociedade e à Igreja. Hoje com 96 anos de idade, esbanja lucidez intelectual e pastoral, além de muita simpatia. É constantemente convidado, por todo o Brasil, para pregar retiros, conceder entrevistas e proferir palestras sobre a vida da Igreja, assuntos atuais da sociedade, direitos humanos, e etc. Temas ligados ao racismo, em especial em relação à raça negra, sempre têm recebido especial atenção de Dom José. Em 2013 publicou, em Belo Horizonte, seu livro “A cultura religiosa Afro-brasileira e seu impacto na cultura universitária”.

Apresentaremos, em quatro reflexões curtas, características e trabalhos que marcaram vida e pastoreio de Dom José Maria Pires, expressando seu compromisso para com a Igreja do Vaticano II: A orientação dele é a de Vaticano II, de Medellín e de Puebla. É homem de Igreja e a sua ação como a sua palavra estavam baseadas nesses documentos eclesiais básicos do século XX. Adota a opção pelos pobres não somente da palavra, mas, sobretudo na sua ação pastoral de cada dia. (Pe. José Comblin: Dom José Maria Pires na Paraíba, em Dom José Maria Pires, Organizador: Sampaio Geraldo Lopes Ribeiro. João Pessoa: Editora Imprell, 2013, p. 14).

            As quatro reflexões que seguem nas próximas semanas:

Ø  Questões ligadas à negritude

Ø  A Igreja do povo: experiência “Igreja Viva”, a “Teologia da Enxada”

Ø  Uma consequente opção pelos pobres: “A Cantata para Alagamar”

Ø  A relação com seu amigo Dom Helder Camara

Será uma oportunidade impar podermos estar na presença dele, a fim de conhecermos, através de seu testemunho, algumas passagens da história da Igreja e da sociedade do Brasil, sobretudo nas últimas seis décadas. Homem que viveu, conheceu e assimilou, de forma exemplar, as mudanças da Igreja Católica advindas do Concílio Vaticano II, bem como foi uma voz profética contra a ditadura militar e a discriminação racial no Brasil. Seu testemunho e palavra sempre foram admirados por alguns e criticados por outros, o que caracteriza a voz do profeta.

 

Por Geraldo Frencken, Grupo Dom Helder.