[Notícias] Sagradas Escrituras são fonte da história do amor de Deus pelo homem, por Tânia Couto

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Como principal fonte de iluminação do amor de Deus, as Sagradas Escrituras revelam a história do relacionamento do homem com o Senhor. “O que a Bíblia nos apresenta é a história de uma relação entre Deus e o homem. Como ela foi se aprofundando até podermos concluir que Deus é amor”, destacou a Professora da Faculdade Católica de Fortaleza, Tânia Couto. Ela proferiu palestra com o tema “Iluminação Bíblica sobre a Caridade”  durante o Simpósio Arquidiocesano do Ano da Caridade. A programação do evento segue no domingo, 20, no Ginásio Paulo Sarasate, a partir das 7h30min.

A história relatada na Bíblia mostra a ascensão de um relacionamento cada vez mais pessoal entre Deus e os homens. “Essa relação de amor é um ato de fé. A novidade da fé bíblica é que o ato de fé em relação a Deus não pode existir sem a graça. Sem o dom de Deus, não reconhecemos essa relação”, ressaltou.

Tânia destacou que toda relação se funda em um ato de fé, por isso é preciso estabelecer a confiança na relação entre as pessoas. “A fé bíblica aceita o homem por inteiro e intervêm nessa relação de amor para desvendar novas relações.”

O amor de Deus existe e é manifesto desde sempre. “Jesus veio nos revelar o amor do Pai nos atos cotidianos das nossas vidas”. O mundo é o lugar da manifestação do amor de Deus que se manifesta em um dom e pede uma relação de amor. “Seu amor é revelado pela sua palavra sagrada que se ouve e sua palavra encarnada que se toca”, ressaltou.

Amar é espiritual e é encarnado, de acordo ela. “Quem diz que ama a Deus espiritualmente, deve amar também na sua humanidade. O mistério do amor é o mistério da sua presença.”

Simpósio Arquidiocesano do Ano da Caridade

Onde: Ginásio Paulo Sarasate

 

Por Teresa Fernandes

 

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Rosto da Misericórdia

O amor de Deus é rico em misericórdia e compaixão. “O mais belo fruto da misericórdia divina é o perdão”, destacou a professora. Ela citou o livro do Êxodo e a saída do povo eleito do Egito para a terra prometida. O Senhor acompanha o povo e perdoa suas infidelidades. “Seu amor é de eleição. Ele escolheu dentre todos os povos Israel para por eles salvar toda a humanidade.” Deus se manifesta em seu agir, caminhando em meio ao povo.

Ainda no Antigo Testamento, a professora destacou o livro de Isaías no qual o profeta diz que Deus é como uma mãe que carrega seus filhos ao colo. “A palavra misericórdia vem daí. É um amor que brota das entranhas maternas e que você não pode explicar.”

Oseias diz que o coração de Deus se comove e se compadece. Ele diz que Deus nos ama e pede amor em troca. “Não quero sacrifícios. O que eu quero é a misericórdia. Uma relação de amor com amor se paga.” Ezequiel compara a relação entre Deus e os homens como uma esposa infiel.

Jesus Cristo, no Novo Testamento, traz a originalidade do amor concreto aos irmãos. A misericórdia ganha um rosto em Jesus. “A originalidade da fé cristã está em amar o irmão como Deus ama, como Jesus amou”. Professora Tânia ressaltou que é necessário compreender o amor de Deus para entender quem Ele é e quem nós somos. Viver a misericórdia e a caridade para com os outros representa traços de santidade nas pessoas. Ela disse ainda que é necessário perdoar os outros como Deus perdoa.

Ela citou ainda a passagem de Lucas em que uma pecadora pública foi aos pés do Senhor na casa do fariseu e que foi perdoada. “Sede misericordiosos como Vosso Pai é misericordioso.” A parábola do bom samaritano é outro ensinamento de que “é preciso tornar-me próximo de quem precisa de mim.”

Em I Coríntios 13, São Paulo ensina a especificidade do amor cristão. “Não é um ato filantrópico. O ato de amar não é apenas a doação de alguma coisa a outra. Devo dar a mim mesmo.” Ela destacou que o texto traz uma profundeza acerca do amor de Deus. “O que marca o amor cristão é que ele deve ser iluminado pela fé.” A professora citou ainda a encíclica “Deus Caritas Est” do Papa Emérito Bento XVI e a bula “Rosto da Misericórdia” do Papa Francisco.  “Deus tem sede de amar”, ressaltou.

A relação que Deus tem conosco deixa traços de benevolência, da sua ternura. De acordo com a professora, a misericórdia de Deus ultrapassa todas as categorias humanas.  “A caridade, o amor, a misericórdia, vão além da justiça. A misericórdia é a justiça divina. Não podemos compreender como Deus pode ser tão bom para com quem foi infiel. O homem não alcança o mistério da misericórdia de Deus.” Por isso, é necessário recorrer ao testemunho bíblico no ato da reconciliação.

 

Simpósio Arquidiocesano do Ano da Caridade

Onde: Ginásio Paulo Sarasate

Quando: 19 e 20 de setembro (a partir das 8h)

 

Por Teresa Fernandes

 

Fotos:

 

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