O Papa chegou a Ancara por volta das 9h de Brasília após embarcar na manhã desta sexta-feira, 28/11, para a 6ª viagem internacional de seu pontificado, a segunda em três dias. A bordo do voo para Ancara, o Papa falou rapidamente com os jornalistas e demonstrou apreço pelo trabalho humanitário turco ao receber refugiados da Síria e do Iraque.
“Bom dia! Sejam bem-vindos, agradeço a companhia de vocês nesta viagem. O trabalho de vocês é uma ajuda, um serviço ao mundo para que esta atividade religiosa e humanitária seja conhecida. A Turquia, neste momento, é testemunha e oferece ajuda a tantos refugiados das zonas em conflito. Agradeço por este serviço. Nos encontraremos no voo de volta para a coletiva de imprensa. Obrigado e boa estada”, disse Francisco aos jornalistas.
Francisco é o quarto Pontífice a visitar a Turquia e a motivação da viagem é, sobretudo, ecumênica. Após a chegada a Ancara, Francisco começou a sua visita no Mausoléu de Atatürk, fundador da República da Turquia. No livro de ouro do Mausoléu, o Papa deixou a seguinte mensagem:
“Faço os mais sinceros votos para que a Turquia, ponte natural entre dois Continentes, seja não somente o local onde estradas se cruzam, mas também lugar de encontro, de diálogo e de convivência serena entre os homens e mulheres de boa vontade de todas as culturas, etnias e religiões”.
Logo depois, no Palácio Presidencial durante a visita de cortesia ao Presidente Recep Tayyip Erdogan e encontros institucionais com as autoridades do país, o Papa fez o seu primeiro discurso.
Ainda nesta sexta, o Papa vai se reunir com o Primeiro-Ministro turco, Ahmet Davutoglu, e com o Presidente do Diyanet, o Departamento para os Assuntos Religiosos, Prof. Mehmet Gormez. Trata-se da mais alta autoridade religiosa islâmica sunita na Turquia. Não obstante 98% da população seja muçulmana, a Turquia é um Estado laico.
No sábado, Francisco deixa Ancara rumo a Istambul, para visitar o Museu de Santa Sofia, a Mesquita Azul, e celebrar a Santa Missa na Catedral do Espírito Santo.
Mas o ápice da viagem é o encontro de Francisco com Bartolomeu. Não se trata de uma novidade: em maio passado, ambos se reuniram em Jerusalém para celebrar juntos o histórico abraço entre Paulo VI e Atenágoras, 50 anos atrás, depois de séculos de divisões.
Desde então, muitos passos foram dados, mas a unidade permanece um anseio. Para Francisco, a unidade é ainda mais urgente diante das perseguições contra os cristãos. É o que o Papa define como “o ecumenismo de sangue”, isto é, quem persegue e mata não faz distinção entre as várias confissões cristãs.
Além de encontros oficiais, o Papa terá a ocasião de saudar cerca de 100 refugiados iraquianos e sírios, que fugiram da guerra ou que expulsos de suas casas. Esta saudação terá lugar no domingo, em Istambul, ao receber alguns alunos do Oratório Salesiano.
No total, o Papa estará na Turquia durante pouco mais de 48 horas, pronunciando dois discursos e uma homilia, e assinado a Declaração Conjunta com Bartolomeu.
Por Rádio Vaticana