Na segura convicção de que o Senhor é bom, além de refúgio na dor e na angústia, confiamos em sua proteção. Somos munidos pelos estigmas da confiança e da esperança por Deus, que quer, através de nós, suas criaturas, dizer algo ao mundo, como nas palavras de Dom Helder: “Que sementes desejo espalhar pela Terra? Sementes de paz, de amor, de compreensão e de esperança. Há tanto desespero, desengano, decepção, frustração e desesperança! Sementes de esperança chegariam em boa hora”.
Dentro do espírito da mais elevada esperança cristã, quero aqui homenagear meus primos Norberto Duarte Saraiva e Juscelene de Oliveira da Silveira, pessoas de fé, simples e humildes, e falecidas nesta primeira quinzena de outubro de 2019. Que o bom Deus os acolha na sua paz! Diante da morte, temos o ensinamento de Jesus de Nazaré, o Bom Pastor: mesmo com a morte a nos causar grande dor e tristeza, no céu temos a certeza da eterna felicidade, da vida sem ocaso e declínio. O Livro Sagrado nos assegura que em Deus nada nos pode faltar.
A confiança em Deus deve ser a palavra de ordem de nós seres humanos, confiança essa que nos dá segurança, esperança e força para enfrentar qualquer desafio que esteja na nossa frente. A certeza de sua bondade e fidelidade está nele, no aprendizado de nunca desesperar, porque Deus não abandona aqueles que nele confiam. Deus nos oferece a garantia de que cada pessoa carrega consigo, ou oferece ao mundo, o segredo de sua vida como mistério, revelando as razões de sua existência.
No mistério da vida, Dom Helder diz: “Ah se eu pudesse, afugentaria da terra a desconfiança que embaça os olhares mais claros e torna turvos os horizontes mais límpidos!”. Viver na turbulência das ondas, na instabilidade do barco da vida, parecendo, muitas vezes, que vai naufragar, é um grande milagre, é dom e graça de Deus, obra da ação do Espírito Santo em nós.
Que a confiança e a esperança do “Poverello d’Assisi”, lá na igreja de São Damião, ao recitar o cântico das criaturas, anunciando ao mundo o amor infinito de um Deus que não era e não é amado, nos ajudem a gostar de viver e amar a vida, sem esquecermos seus últimos anos de vida, debilitado pela frágil saúde e já não podendo mais enxergar, numa descomunal humildade e heroísmo penitencial. Assim seja!
Pe. Francisco Geovane Saraiva Costa
Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza