Oh Deus salve a estrela guia/ que veio anunciar
que o Menino Deus nasceu/ e nasceu neste lugar.
Nesses nossos corações/ o Menino vai ficar
viva o povo na rua/ viva o povo no lar.
Um natal no meio da rua é Natal da Rua, dos Direitos Humanos do povo da rua!
E fica decretado que todo o direito é para todos os homens, que todo direito é para todas as mulheres. Natal é tempo novo, pressupõe um tempo de paz, e a paz que queremos nas ruas não é diferente da paz que queremos para o mundo: A paz nas escolas, nos becos e praças; nas calçadas, nas ruas e trilhas, nas rodovias, cidades e ilhas. A paz no presente a paz no futuro. A paz do ausente, por dentro do muro; da mulher, a paz do soldado, do trecheiro e do libertado. A paz para as casas e apartamentos, lá no campo e no parlamento. A paz!
A vida que insiste em ser somente vida, nos guiará.
Diante de tanta tristeza a vida de todos os seres vingará.
O criador das criaturas, das alturas mais ternura nos dará.
Abençoando tudo que se move entre o céu, a terra e o mar.
Seu filho no mundo nascido veio libertar.
Em nome, sim, da vida para a morte aqui, enfim findar.
A vida que insiste em ser somente vida, nos guiará.
Perante o frio, a fome, a febre, a falsidade a vida vencerá.
O criador das criaturas, das alturas mais ternura nos dará.
Abençoando tudo que constrói o amor porque o amor não se pode calar.
Seu filho imaculado como uma colheita veio alimentar
A fome de justiça pela vida contra a morte e o pesar.
A vida que insiste em ser somente vida, nos guiará.
Fica decretado pela força da nossa vontade, que a nossa luta não vai parar e que o povo
da rua forte ou fraco caminhará. Que o natal de hoje será a cada dia onde todos juntos
celebramos nossa utopia
Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de Fortaleza.