O Papa: Maria não teme os perigos, mas vai ao encontro dos outros

O Papa Francisco durante a Audiência Geral desta quarta-feira – Foto: Vatican Media

Na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco convidou a contemplar “a beleza de Jesus Cristo, nossa esperança, no mistério da Visitação. A Virgem Maria visita Santa Isabel; mas é sobretudo Jesus, no ventre materno, que visita o seu povo, como diz Zacarias no seu hino de louvor”.

Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses jubilar sobre Jesus Cristo, nossa esperança, na Audiência Geral desta quarta-feira (05/02), realizada na Sala Paulo VI.

Por causa de um resfriado forte, a catequese do Santo Padre foi lida pelo pe. Pierluigi Giroli, sacerdote rosminiano, funcionário da Secretaria de Estado. “Peço-lhes desculpas porque com este resfriado forte está difícil falar”, disse o Papa antes da leitura do texto.

“Hoje contemplamos a beleza de Jesus Cristo, nossa esperança, no mistério da Visitação. A Virgem Maria visita Santa Isabel; mas é sobretudo Jesus, no ventre materno, que visita o seu povo, como diz Zacarias no seu hino de louvor.”

Depois do estupor e da admiração pelo que o Anjo lhe anunciara, Maria levanta-se e põe-se a caminho, como todos os chamados na Bíblia, porque “o único ato com que o homem pode corresponder ao Deus que se revela é aquele da disponibilidade ilimitada”. Esta jovem filha de Israel não escolhe proteger-se do mundo, não teme os perigos e os julgamentos das outras pessoas, mas vai ao encontro dos outros.

Sentindo o impulso do amor, Maria  vai ao encontro de Isabel, sua parente, “mas também uma idosa que acolhe, depois de uma longa espera, uma gravidez inesperada, difícil de enfrentar na sua idade. Mas a Virgem também vai ao encontro de Isabel para partilhar a sua fé no Deus do impossível e a sua esperança no cumprimento das suas promessas”.

O encontro entre as duas mulheres tem um impacto surpreendente: a voz da “cheia de graça” que saúda Isabel provoca a profecia na criança que a idosa traz no seu ventre e suscita nela uma dupla bênção: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”. E também uma bem-aventurança: “Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!”

“Perante o reconhecimento da identidade messiânica do seu Filho e da sua missão de mãe, Maria não fala de si mesma, mas de Deus e suscita um louvor cheio de fé, esperança e alegria, um cântico que ressoa todos os dias na Igreja durante a oração das Vésperas: o Magnificat“, escreve Francisco.

De acordo com o Papa, “a presença maciça do motivo da Páscoa faz também do Magnificat um cântico de redenção, que tem como pano de fundo a memória da libertação de Israel do Egito. Os verbos estão todos no passado, imbuídos de uma memória de amor que ilumina o presente com a fé e ilumina o futuro com a esperança: Maria canta a graça do passado, mas é a mulher do presente que carrega o futuro no seu ventre”.

Segundo Francisco, “o Senhor, que se inclinou sobre a pequena Maria para nela realizar “grandes coisas” e a fazer mãe do Senhor, começou a salvar o seu povo a partir do Êxodo, recordando a bênção universal prometida a Abraão”.

 O Senhor, Deus fiel para sempre, fez correr um fluxo ininterrupto de amor misericordioso “de geração em geração” sobre o povo fiel à aliança, e agora manifesta a plenitude da salvação no seu Filho, enviado para salvar os homens dos seus pecados. De Abraão a Jesus Cristo e à comunidade dos fiéis, a Páscoa surge assim como a categoria hermenêutica para compreender toda a libertação posterior, até à alcançada pelo Messias na plenitude dos tempos.

O Papa pede ao Senhor “a graça de podermos esperar o cumprimento de cada uma de suas promessas; e para que ele nos ajude a acolher a presença de Maria em nossas vidas”.


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