“Valorizar o exemplo e a experiência daqueles que dedicam seu tempo ao serviço dos outros nos incentiva a repensar nosso modo de vida, nossas relações, a organização de nossas sociedades e, acima de tudo, o sentido de nossa existência. Mas, sobretudo, permite-nos redescobrir a importância de nos sentirmos convidados a fazer parte desses diálogos de amizade social”: diz o Papa no prefácio para o livro “Diálogos Fraternos”, da Secretaria do Culto do Ministério das Relações Exteriores da Argentina
Raimundo de Lima – Vatican News
“Viverá feliz aquele quem ama seu irmão quando está longe dele como quando está ao seu lado, escreveu São Francisco de Assis. Neste espírito, convido-os a entrar em diálogo com estes Diálogos Fraternos e a não ter medo de caminhar juntos aprendendo e valorizando, inclusive, nossas diferenças.” São palavras do Papa Francisco no prefácio escrito para o livro “Diálogos Fraternos”, realizado pela Secretaria do Culto do Ministério das Relações Exteriores e do Culto da Argentina.
Um chamado a caminhar juntos
Ao prefaciar a obra, o Santo Padre descreve suas páginas como um chamado a caminhar juntos – para refletir, sentir, trabalhar, tomar a palavra, encontrar nosso sentimento de pertença e a possibilidade de transformação – capaz de reunir e dar voz à experiência dos interlocutores e de seus povos. “Valorizar o exemplo e a experiência daqueles que dedicam seu tempo ao serviço dos outros nos incentiva a repensar nosso modo de vida, nossas relações, a organização de nossas sociedades e, acima de tudo, o sentido de nossa existência. Mas, sobretudo, permite-nos redescobrir a importância de nos sentirmos convidados a fazer parte desses diálogos de amizade social”, afirma o Pontífice ressaltando que a pandemia também nos lembrou que precisamos uns dos outros, que ninguém se salva sozinho.
Abrir janelas, recuperar horizontes
“Em diálogo com o outro, qualquer que seja sua origem, podemos abrir janelas, recuperar horizontes e encontrar criativamente a melhor maneira de viver juntos”, frisa Francisco.
O Papa conclui o prefácio – publicado no jornal vaticano L’Osservatore Romano – fazendo votos de que este encontro nos permita “sonhar juntos com a amizade social, com a dignidade de nossos povos, e com um mundo sem descarte, no qual não falte nem terra, nem teto, nem pão, nem trabalho; e no qual a esperança nos impulsione a trabalhar rumo a um horizonte melhor. Trabalhar por um mundo no qual a fraternidade não se expressa apenas em palavras cheias de significado e valor, mas também e sobretudo de uma forma que tece e forja a história.”
Por fim, convida os leitores a deixar que estes Diálogos Fraternos ecoem tão fortemente em nossa imaginação que nos impulsionem a querer transformá-los em ação.