Entre os dias 5 e 19 de outubro haverá o Sínodo Extraordinário dos Bispos e terá como tema “Os desafios pastorais sobre a família no contexto de evangelização”. Este Sínodo contará com a participação somente dos presidentes das conferências episcopais de cada país. Este Sínodo será realmente uma preparação para o Sínodo Ordinário dos Bispos que acontecerá em 2015 abordando o mesmo tema. Sem dúvida as discussões abordarão as respostas do questionário enviado em novembro passado, pelo Papa Francisco a todas as dioceses do mundo. Com nada menos de 38 perguntas, o Documento Preparatório aborda temas delicados, como as uniões homoafetivas, casais em segunda união, casamentos de não praticantes ou não crentes, a preparação para o matrimônio e os vários tipos de família que existem hoje etc.
Aqui no Brasil as dioceses estão estudando e respondendo às perguntas do questionário através das paróquias, faculdades e institutos católicos e obviamente através de peritos no assunto. A Igreja quer também as opiniões dos casais e dos jovens sobre o tema da família. No Brasil qualquer leigo pode mandar suas opiniões sobre as questões diretamente à CNBB que têm uma comissão especialmente organizada para fazer a síntese das respostas e posteriormente enviá-las ao Vaticano. O questionário enviado pelo Papa Francisco apesar de muito elogiado e admirado porque busca um diálogo com os fiéis e especialmente com os casais e aqueles em preparação para o casamento, também é alvo de críticas. Alguns peritos no assunto reclamam da linguagem utilizada no questionário. Entre as críticas encontramos: “Frases em latim; conceitos de enorme complexidade (por exemplo, A Lei Natural); referências aos documentos do magistério eclesial (desconhecidos e de difícil alcance aos leigos); frases longas e complexas etc.”. Apesar das dificuldades encontradas é a opinião quase unânime que o questionário é de inestimável valor. O questionário proposta pelo Papa Francisco contém também questões sobre declaração de nulidade matrimonial. Todos os párocos e vigários paroquiais lamentam as dificuldades encontradas por pessoas buscando a declaração de nulidade. Normalmente demora anos e é um processo muito complicado e às vezes muito caro.
A nossa realidade pastoral é de enorme complexidade. Frequentemente estamos lidando com pessoas em segunda união, sem nenhuma estrutura familiar, sem uma adequada formação catequética, sem raízes de fé e, sobretudo, sem conhecimento e apreciação da dignidade do sacramento do matrimônio. Que Deus abençoe este grande esforço do Papa Francisco em prol da família cristã.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1