Na Missa pela graça fundante originária do carisma, a Obra Lumen de Evangelização recebeu o reconhecimento em nível arquidiocesano. A celebração foi realizada nesta sexta-feira, dia 10, no Condomínio Espiritual Uirapuru – CEU, presidida pelo arcebispo Dom José Antonio e concelebrada por diversos sacerdotes e diáconos amigos da comunidade.
Ao final da Missa foi lido o Decreto com a aprovação da comunidade e dos estatutos, em período “ad experimentum”. “Assim cada vez com mais fidelidade ao dom recebido, na plena comunhão com os mais diversos carismas da Igreja, testemunho autêntico da graça do Evangelho, a Obra Lumen de Evangelização possa cumprir a sua missão de evangelizar os pobres e os jovens, chamados a ser ponte entre o rico epulão e o pobre lázaro, fazendo a experiência do encontro com Jesus abandonado nos mais sofredores, nos mais necessitados de amor, gerando a cultura do encontro que se estenda como luz a toda a humanidade”, lê-se em um trecho do documento.
“Agradecemos imensamente a todo o pastoreio, cuidado, paternidade e orações dos nossos bispos, sacerdotes e diáconos; assim como toda unidade e comunhão de tantas comunidades irmãs. Renovamos assim, com muita alegria e responsabilidade, o nosso compromisso, através da oferta de nossas vidas”, disse a instituição em sua página no Instagram.
Encontro com o Papa Francisco
No mês de maio deste ano, o Papa Francisco saudou – como de costume – os vários peregrinos presentes na Praça São Pedro. No entanto, um trio de brasileiros se destacou: padre Renato Chiera, da Casa do Menor, e o casal da Obra Lumen de Evangelização, Edwin Costa com a esposa Raquel. Eles têm trabalhado juntos no desenvolvimento de uma missão especial na Guiné-Bissau.
Em entrevista ao Vatican News, Edwin falou da alegria de trazer “boas notícias” ao Pontífice sobre as obras assistenciais e de estar representando as comunidades do Brasil e da África, “que também gostariam de expressar toda essa gratidão que tem ao Santo Padre pelas palavras de encorajamento”.
“Trouxemos algumas coisas produzidas por irmãos que um dia estavam nas ruas e hoje já foram acolhidos e amados como fruto de todo esse movimento; e também muitas mensagens escritas, que muitos irmãos quiseram escrever a próprio punho. E nós trouxemos ao Papa. Ele viu as mensagens e ficou muito feliz”, contou.
A história da Obra Lumen
O projeto de transformação social e de restituição da dignidade é desenvolvido pela Obra Lumen de Evangelização, que nasceu como um grupo de jovens em 1989 com o carisma de “sair de si mesmo e ir ao encontro do outro, especialmente daqueles que mais sofrem”. A entidade está presente em 12 dioceses no Brasil e, recentemente, em Bafatá, na Guiné-Bissau. São 30 casas de acolhimento e centros sociais de evangelização em comunidades carentes que abraçam famílias inteiras em situação de rua.
“São atividades de evangelização, educativas, esportivas e culturais, onde a gente vai tentando inserir princípios cristãos, recebendo os sacramentos, sendo amadas e cuidadas para se tornarem bons cristãos. Então, a gente vai plantando essa semente na parte do trabalho nas comunidades e vai acolhendo aquele Jesus crucificado e abandonado nas casas de acolhimento, sempre inseridos nas realidades paroquiais, junto aos nossos párocos, onde fazemos um discernimento de onde nós devemos ir, onde nós devemos atuar, em que realidade junto com a paróquia nós precisamos ser resposta.”
“O futuro hoje é olhar nos olhos do Santo Padre, é se unir cada vez mais à Igreja, àqueles que sofrem, às outras comunidades, e deixar que Deus conduza. Nós não fazemos planos, mas é deixar que Deus faça os planos dele e que nós todos possamos sonhar os sonhos de Deus.”