“Para papa Francisco “mulheres são dons de Deus”
Em entrevista à Rádio Vaticano, o cardeal disse que por meio do organismo “consegue-se introduzir, por exemplo, uma leitura mais global, colorida, da realidade dos temas abordados, afastando um pouco a análise teológica-filosófica, própria da linguagem eclesial”, disse. Ainda de acordo com o bispo, até pouco tempo não havia nenhuma mulher no Conselho Pontifício da Cultura e fez questão de enfatizar que o grupo não é “uma operação de maquiagem”.
Fazem parte da composição do organismo, a ex-embaixadora do Chile para a Santa Sé, Mónica Jiménez; a jornalista turca, Yasemin Taksin e a teóloga iraniana, Sharaz Housman. “O grupo tem a ambição de refletir sobre temas universais na perspectiva das mulheres”, descreve a coordenadora do grupo, Consuelo Corradi.
“Mulheres são mais corajosas que os homens”
Em seus quatro anos de pontificado, o papa Francisco tem dado uma maior atenção às mulheres, mostrando que está ciente dos desafios que elas enfrentam, inclusive dentro da Igreja. Em um de seus discursos, o papa afirmou que sofre ao vê-las desempenhando um papel de servidão em ambientes eclesiais e reconheceu que elas são excluídas dos processos decisórios na Igreja, mas de acordo com ele “o papel das mulheres na Igreja não é feminismo, é um direito”.
Tanto é direito que Francisco, ao longo de seu pontificado, instituiu a Comissão de Estudo para o Diaconato Feminino e promoveu a criação do grupo “Consulta Feminina” no Conselho Pontifício da Cultura, porque como ele mesmo diz: “A Igreja é mulher”.
“Este é o grande dom de Deus: nos deu a mulher. No Evangelho, ouvimos do que é capaz uma mulher. Mas é algo mais: a mulher é a harmonia, é a poesia, é a beleza. Sem ela o mundo não seria belo, não seria harmônico. Gosto de pensar, mas isso é algo pessoal, que Deus criou a mulher para que todos nós tivéssemos uma mãe (…) E as mulheres são mais corajosos que os homens”, concluiu Francisco.