“A Palavra de Deus abre todas as portas, porque Ele é a porta, Ele é o Senhor”. São palavras do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (21) ao nos apresentar as “ajudas necessárias” para o facilitar o exercício indispensável da vida espiritual, ou seja, o discernimento
Jane Nogara – Vatican News
Algumas ajudas que podem facilitar o exercício indispensável da vida espiritual, ou seja, o discernimento. Este foi o tema da Audiência Geral do Papa Francisco nesta quarta feira (20/12) na Sala Paulo VI.
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O Papa iniciou recordando que “discernir”, é uma prática complicada porque a vida é complicada e se não aprendermos a lê-la, corremos o risco de a desperdiçar, levando-a em frente com expedientes que acabam por nos degradar. A vida, continuou o Pontífice, “coloca-nos sempre diante de escolhas, e se não as fizermos de maneira consciente, no final é a vida que escolherá por nós, levando-nos para onde não gostaríamos de ir”. Explicando que o discernimento não se faz sozinho e que é preciso de algumas ajudas.
Palavra de Deus e a doutrina da Igreja
Uma primeira ajuda indispensável é o confronto com a Palavra de Deus e a doutrina da Igreja. Elas ajudam-nos a ler o que se move no coração, aprendendo a reconhecer a voz de Deus e a distingui-la de outras vozes, que parecem impor-se à nossa atenção, mas que no final nos deixam confusos. Discorrendo sobre esta ajuda Francisco nos lembrou que a voz de Deus não se impõe, é discreta, respeitosa e, precisamente por isso, pacificadora.
“Para quem crê, a Palavra de Deus não é simplesmente um texto para ler, é uma presença viva, obra do Espírito Santo que consola, instrui, dá luz, força, alívio e gosto de viver”
Relação afetiva com o Senhor Jesus
Com a ajuda da Escritura o Papa anunciou que para discernir é necessário viver uma relação afetiva com o Senhor Jesus esclarecendo que não devemos ter medo! O coração fala ao coração e esta é uma ajuda indispensável e não é óbvia.
Audiência Geral de 21 de dezembro de 2022
O Papa disse que muitas vezes, podemos ter uma ideia deturpada de Deus, considerando-o como um juiz cruel e severo. Deus não quer nos destruir, Deus quer que sejamos mais fortes, mais bondosos, todos os dias […] Enquanto que Jesus revela-nos um Deus cheio de compaixão e ternura, pronto a sacrificar-se para vir ao nosso encontro. E disse:
“Quem permanece diante do Crucificado sente uma nova paz, aprende a não ter medo de Deus, porque Jesus na cruz não assusta ninguém, é a imagem do desamparo total e ao mesmo tempo do amor mais completo, capaz de enfrentar todas as provações por nós”
Continuando a explicar que “a narração da Paixão de Jesus é a via mestra para enfrentar o mal sem ser esmagado por ele; nela não há julgamento e nem sequer resignação, porque é permeada por uma luz maior, a luz da Páscoa”. E completou:
“A Palavra de Deus abre todas as portas, porque Ele é a porta, Ele é o Senhor”
Francisco recordou aos presentes que “temos um Pai terno e carinhoso, que nos ama, que sempre nos amou: quando experimenta isto, o coração dissolve-se e as dúvidas, os receios, os sentimentos de indignidade desaparecem. Nada se pode opor a este amor!”.
Dom do Espírito Santo
Esse amor, essa ternura, nos leva a outra grande ajuda, continuou Francisco na sua catequese, ou seja, “o dom do Espírito Santo, presente em nós, que nos instrui, torna viva a Palavra de Deus que lemos”. Depois de recordar a todos de rezar não só pelo Pai e por Jesus o Papa disse para não esquecermos de rezar pelo Espírito Santo.
“O Espírito Santo é discernimento em ação, presença de Deus em nós, é o maior dom que o Pai garante a quantos que o pedem”
Por fim o Papa concluiu dizendo que “o discernimento tem a finalidade de reconhecer a salvação realizada pelo Senhor na minha vida, lembra-me que nunca estou só e que, se luto, é porque a aposta é importante. Com estas ajudas que o Senhor nos oferece, não devemos ter medo!”.
Fonte: Vatican News