Na coletiva de imprensa concedida no voo de regresso da Suécia para Roma (01/11/2016) um jornalista perguntou Sua Santidade: “É realista pensar em mulheres sacerdotes na Igreja Católica, nas próximas décadas”? O Papa respondeu que “sobre a ordenação de mulheres na Igreja Católica, a última palavra é clara, foi dada por São João Paulo ll e permanece”. Continuando a conversa o Papa disse: “as mulheres podem fazer muitas coisas melhor do que os homens” e questionou; “O que é mais importante na teologia e na mística da Igreja: os Apóstolos ou Maria no dia de Pentecostes”? No dia 22 de maio de 1994 o Papa São João Paulo ll escreveu a carta apostólica Ordinatio Sacerdotalis sobre a ordenação sacerdotal reservada apenas aos homens. Nesse texto, o Papa Wojtyla assinala que “a ordenação sacerdotal, pela qual se transmite a missão, que Cristo confiou aos seus Apóstolos, de ensinar, santificar e governar os fiéis, foi na Igreja Católica, desde o início e sempre, exclusivamente reservada aos homens”.
O Papa São João Paulo ll também escreveu na sua Carta Apostólica: “Para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos, declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”.
O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Luís Ladaria, apresentou no dia 29 de maio, próximo passado, uma entrevista ao jornal L’Osservatore Romano sobre o caráter definitivo da doutrina da “Ordinatio sacerdotalis”. O Prelado ao recordar os mandamentos do Senhor, falou que devemos conhecê-los bem e também segui-los para que possamos ser cada vez mais enraizados em Cristo. Falando sobre o sacramento de ordem Dom Ladaria disse que “se trata de uma verdade pertencente ao depósito da fé” e apresentou o porquê a Igreja não tem autoridade de ordená-las. Porém, há pessoas que afirmam para dizer que não é definitivo, argumentando que não foi definido ex cathedra e que, então, uma decisão posterior de um futuro Papa ou Concílio poderia mudar o conteúdo de “Ordenatio Sacerdotalis”.
Segundo Dom Luís Ladaria: “Semear estas dúvidas cria uma séria confusão entre os fiéis, não apenas sobre o Sacramento da Ordem como parte da constituição divina da Igreja, mas também sobre o magistério ordinário que pode ensinar a doutrina católica de maneira infalível”. O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé explica porque a Igreja não pode mudar a doutrina. “A Igreja não tem capacidade de mudar essa substância, porque é precisamente a partir dos sacramentos instituídos por Cristo que ele é gerado como Igreja. Não é apenas um elemento disciplinar ou social, mas um elemento doutrinário, no que diz respeito à estrutura dos sacramentos, que são o lugar original do encontro com Cristo e da transmissão da fé”. Portanto concluiu o prelado: “não estamos diante de um limite que impeça a Igreja de ser mais efetiva em sua atividade no mundo”. Não é uma questão de machismo ou feminismo, Jesus amou as mulheres, a protegeu e salvou, mas não ordenou nenhuma delas, nem mesmo a sua Mãe Santíssima que participou da ordenação conferida aos Apóstolos.
Em sua Exortação Apostólica “Evangelii gaudium” de 2013 o Papa Francisco reafirmou que “o sacerdócio reservado aos homens, como sinal de Cristo esposo consagrado na Eucaristia, e chamado a não interpretar esta doutrina como expressão de poder, mas de serviço, de modo que se perceba melhor a igual dignidade de homens e mulheres no único corpo de Cristo” (No.104). Segundo Prof. Felipe Aquino da Editora Cléofas: “Se a doutrina segunda a qual a Igreja não tem faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, proposta como definitiva na Carta Apostólica “Ordinátio sacerdotalis”, deve ser considerada pertencente ao depósito da fé”.
Pe.Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista