O secretário de Estado deixou Kinshasa para ir a Juba, a segunda etapa de sua viagem à África em nome do Papa: “Que haja a capacidade de reconciliação e de alcançar acordos, espera-se que com as próximas eleições em 2023 isto possa ser realizado”. Esta terça-feira (05/07), o encontro com Salva Kiir e o primeiro vice-presidente, Riek Machar
Salvatore Cernuzio – Enviado a Juba
O cardeal Pietro Parolin, que esta terça-feira (05/07) inicia a segunda parte de sua viagem à África em nome do Papa, diz partir “revigorado pela experiência feita na República Democrática do Congo”. A etapa é Juba, capital do Sudão do Sul, onde – diz o purpurado à mídia vaticana que o acompanha na viagem – a esperança é ajudar a trazer uma paz duradoura, para que “possa haver a capacidade de reconciliação e acordos a fim de fechar esta página dolorosa”. Talvez antes das eleições gerais de 2023.
Na República Democrática do Congo, “um momento intenso
O que foi vivido da República Democrática do Congo, enfatizou o cardeal algumas horas antes de embarcar no aeroporto de Adis-Abeba, na Etiópia, “foi um momento muito bonito, intenso e positivo. Pelo menos as primeiras impressões confirmam que a visita serviu precisamente para levar a presença e o afeto do Papa à população e à Igreja que o aguardava com tanta esperança. Espero que tudo isso possa ser repetido no Sudão do Sul”.
“Certamente – ressaltou Parolin -, a situação, incluindo a situação política, é muito delicada. Portanto, teremos que continuar, como a Santa Sé sempre fez, a insistir na paz para que haja a capacidade de reconciliar-se e alcançar acordos para fechar uma página dolorosa. Espera-se também com as próximas eleições em 2023 que isto possa ser realizado”.
O retiro dos líderes sul-sudaneses na Casa Santa Marta
O secretário de Estado recordou, em seguida, o retiro na Casa Santa Marta, no Vaticano, em abril de 2019, do qual participaram o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit, e os vice-presidentes designados, Riek Machar e Rebecca Nyandeng De Mabio. Para eles o Papa, no final dos dias de oração e encontro face a face, num gesto sem precedentes, ajoelhou-se para beijar seus pés e implorar a paz para o país. “Nós – diz agora Parolin – nos colocamos na mesma linha do Papa, justamente para reiterar este convite, esta exortação, esta oração pela paz.”
A despedida em Kinshasa
O secretário de Estado deixou a capital congolesa Kinshasa no início da tarde de 4 de julho, depois de celebrar uma Missa matinal com a comunidade do Seminário maior diocesano. Lá, ele saudou e parou para conversar com formadores e seminaristas com os quais transcorreu um momento de fraternidade, intercalado com vários cantos. O cardeal também assinou o Livro de Honra, depois se transferiu para a Nunciatura Apostólica, que o recebeu com muito carinho durante esses três dias. A toda a “família” da Nunciatura, conduzida por dom Ettore Balestrero, Parolin dirigiu palavras de gratidão e encorajamento: “Vocês trabalham para o Papa, não se esqueçam disso”. Mais uma vez, o cardeal reiterou o desejo do Pontífice de viajar para lá assim que for possível.
O programa em Juba
Na agenda em Juba, o primeiro compromisso é à tarde com a reunião com o presidente da República, Salva Kiir, seguido da reunião com o primeiro vice-presidente, Riek Machar. Para a noite está prevista uma reunião com os bispos do país. Em 6 de julho, um dos momentos mais significativos da viagem ao Sudão do Sul: a visita ao acampamento de Bentiu em meio aos desalojados que vivem em condições difíceis, com água e serviços de higiene escassos. O cardeal Parolin celebrará uma Missa para eles, e depois se encontrará com representantes da Onu e com o governador. No dia 7 de julho será o dia da Missa no Parque John Garang Mausoleum, um memorial dedicado ao líder do Movimento/Exército Popular de Libertação do Sudão e primeiro vice-presidente do Sudão após os acordos de paz. É o mesmo lugar onde o Papa deveria celebrar a Missa. O secretário de Estado abençoará a pedra fundamental da nova Nunciatura Apostólica em Juba e se reunirá com o clero e os religiosos. A viagem será concluída com uma visita à Universidade Católica e ao Centro Infantil em Usratuna, uma realidade na qual pessoas pertencentes a diferentes religiões colaboram para a integração de crianças deficientes e a formação de suas famílias. No dia 8 de julho, à tarde, o cardeal partirá para Roma, onde está programado para chegar no dia seguinte.
Fonte: Vatican News