A Pastoral Afro da paróquia Santo Antônio de Pádua [Rua Alberto Ferreira, 230 – Jardim Iracema] e a Comissão Pastoral Afro da Arquidiocese de Fortaleza realizarão no dia 19 de novembro, às 19 horas, na igreja Santo Antonio de Pádua, no bairro Jardim Iracema, uma Celebração Afro-Brasileira, comemorativa do Dia da Consciência Negra.
A comissão arquidiocesana da Pastoral Afro reúne-se na última quarta-feira de cada mês às 15 horas, no Centro de Pastoral “Maria, Mãe da Igreja” (Rua Rodrigues Júnior, 300 – centro).
Contato: (85) 8853-4186 com Cristina França – Pastoral Afro
Leia artigo do Pe Antonio Ari Reis, coordenador nacional da Pastoral Afro.
Semana da Consciência Negra
Nesta semana diversas entidades da sociedade civil, especialmente as ligadas ao movimento negro, estão realizando eventos para assinalar o Dia da Consciência Negra a ser celebrado na data de 20 de novembro. Estes eventos têm orientação comemorativa, mas também estão voltados à afirmação da consciência política, da pertença étnico-racial e da reivindicação dos direitos da população afro–brasileira.
O Dia da Consciência Negra é fruto do processo de amadurecimento do movimento negro que questionou o acento histórico dado ao dia 13 de maio, data que lembra a assinatura da Lei Áurea.
Compreende-se que a assinatura da Lei Áurea não trouxe a verdadeira libertação. Apesar da legalidade da alforria viu-se a construção de outras formas de opressão e negação do direito à cidadania aos negros e negras. Os mecanismos de exclusão continuaram assumindo facetas diferenciadas. Não foi permitido o acesso dos negros e negras à educação, emprego remunerado, moradia digna e outras de beneficio à população em geral que já existiam no século XIX.
Então a memória da “Abolição da Escravatura” passou a ser cultivada como algo alvissareiro, muito mais pelo Estado do que pela população negra.
A insistência em celebrar a memória de ZUMBI DOS PALMARES no dia 20 de novembro foi a resposta dada pelos negros e negras organizados (as) na perspectiva de lembrar que a abolição foi um processo inconcluso e que só seria plenamente completa pela pressão do movimento negro. Então a luta de ZUMBI foi tomada com sinal de resistência e deveria permear as ações do movimento negro em suas diferentes esferas de organização.
A conclusão da obra abolicionista passa pela inclusão plena da população afro-brasileira em todos os espaços de cidadania da nação brasileira. Isto ainda não acontece na sua totalidade devido à discriminação e ao preconceito racial, pecado das pessoas e das instituições cuja face mais perniciosa está refletida na realidade de pobreza e exclusão de boa parte dos afro-brasileiros.
As diversas iniciativas pastorais dos negros católicos somam-se a este grande movimento propositivo do movimento negro. A experiência de fé faz compreender que o dia vinte de novembro é um dia de CELEBRAÇÃO DA HISTÓRIA E DA CULTURA DOS NEGROS E NEGRAS, compreendida como fator de enriquecimento para a Igreja ( Cf. Dap. 56). Leva a reafirmar o compromisso de continuar o engajamento para que todas as formas de preconceito, discriminação e exclusão sejam superadas, pois a construção do REINO DE DEUS passa pela concretude da luta por uma vida digna para todos e todas.
É importante compreender o dia da Consciência Negra como um dia de celebração do mistério dAquele que deu a vida pela nossa salvação, compreender também o necessário protagonismo nas diferentes ações que buscam a inclusão da população negra em uma vida cidadã. Para nós, cristãos e cristãs, uma VIDA DIGNA E FELIZ.
Uma resposta
HÁ ALGUNS ANOS ESTAMOS REALIZANDO ,ASSIM COMO OUTROS ESTADOS E CIDADES BRASILEIRAS A MISSA AFRO NA DATA DE 20 DE NOVEMBRO.
SONHAMOS,NA VERDADE COM UMA CELEBRAÇÃO AFRO E NAO UMA “MISSA AFRO”. PRECISAMOS FAZER DIFERENTE E ACEITAMOS, ALIÁS, SOLICITAMOS SUGESTÕES PARA O PROXIMO ANO – 2013.
O QUE PODEREMOS ESTAR FAZENDO PARA QUE REALIZEMOS A CELEBRAÇAO E NAO A MISSA? O QUE PODEMOS ABORDAR? QUE PASSOS PODEMOS SEGUIR? PRECISAMOS DE SUGESTOES DE ROTEIRO. VOCÊS PODEM NOS AJUDAR?
OBRIGADA
AXE!
MARCIA REGINA