Pastoral do Povo de Rua denuncia: crimes revelam ódio e preconceito

Realizou-se no último final de semana, em Belo Horizonte, a 1ª Assembleia Nacional da Pastoral do Povo da Rua.

De 16 a 18 de março, os participantes analisaram os recentes casos de violência contra aqueles que se encontram em situação de rua. Em Brasília, jovens atearam fogo em dois moradores de rua, provocando a morte de um deles. Em Tabatinga, mais duas pessoas foram mortas a tiros. No último dia 10, em Campo Grande (MS), outro morador de rua foi queimado, enquanto estava amarrado numa árvore.

Segundo o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, Dom Guilherme Werland, a violência cometida contra moradores de rua é a mesmo tipo de violência que acontece no campo, trata-se de “um instrumento institucional e instituído de limpeza social daquilo que esse modelo econômico considera lixo”.

De acordo com Cristina Bove, coordenadora nacional da Pastoral do Povo de Rua, o índice de violência e crimes têm aumentado consideravelmente. Foram contabilizados, em poucos meses, 90 casos. 27 só em Belo Horizonte. Muitos têm sido vítimas de crimes de caráter e requinte cruel, revelando a face de ódio e preconceito por parte da sociedade e a ausência de Políticas Públicas.

“Mas são vistos como lixo e objetos que devem ser ‘retirados’ do espaço público. Porém são pessoas com direitos, que estão na rua por diversos motivos. Buscamos dar suporte a esses moradores para que possam tomar posturas em relação a seus direitos fundamentais”, acrescentou.

Enquanto Igreja – complementou Dom Guilherme –, a Pastoral do Povo de Rua está caminhando junto aos irmãos e irmãs que estão fragilizados. “Nós, Igreja, temos que se essa presença solidária, alguém que pare, olhe, escute, dê atenção. Vamos caminhar com eles, como filhos e filhas de Deus e como cidadãos e cidadãs que são”, enfatizou.

O evento contou a presença dos bispos auxiliares da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Joaquim Mol e Dom Luiz Gonzaga, e reuniu 120 agentes da pastoral e de entidades, coordenadores nacionais de Pastorais Sociais e órgãos do CNBB, assim como instituições parceiras, catadores de material reciclável e lideranças populares.

Fonte: (BF/Adital)

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