Pescadores artesanais da Amazônia: nosso rio é sagrado

Josana Pinto da Costa, que faz parte do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais da comunidade de Amador município de Óbidos, fala sobre a necessidade da escuta e de apoio para os povos da Amazônia

Cidade do Vaticano

De 16 a 18 de outubro foi realizado em Óbidos, no Pará, o Seminário de Escuta para o Sínodo da Amazônia com representantes dos pescadores e pescadoras artesanais dos Estados do Amazonas, Amapá, Maranhão e Pará.

O Seminário contou com a participação de cerca de 60 pessoas do Regional Norte 2 e Nordeste 5 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB e Arquidiocese de Belém apoiado pela Rede Eclesial Pan-Amazônia – REPAM.

“Somos convidados a socializar o grito da Amazônia, somar forças para cuidarmos juntos e juntas das nossas casa comum”, ressalta dom José Valdeci Mendes, presidente do CPP. É um momento de extrema importância para o processo de organização dos pescadores e pescadoras, respeitando a sua cultura, tendo em vista a sua libertação integral e a construção de uma sociedade justa e fraterna.

Em depoimento em vídeo, Josana Pinto da Costa, que faz parte do Movimento dos Pescadores Artesanais da comunidade de Amador, falou sobre a necessidade da escuta e de apoio para os povos da Amazônia.

A cobiça pela Amazônia

“O momento de escuta é importante para os povos da Amazônia, nós pescadores artesanais da Amazônia e de todos os lugares do Brasil, estamos ameaçados pelos grandes projetos – afirma Josana – mas na Amazônia é diferente,na Amazônia é mais grave porque é muito rica, onde estão muitos minérios, consequentemente atrai muita cobiça e por causa dessa cobiça, estamos ameaçados em nossos teritórios  e os grandes empreendimentos que têm chegado até nós, têm barrado nossos rios, sujado nossas águas e terras. Para nós, o rio é sagrado, assim como a terra”.

Igreja mais presente

“Queremos fazer um pedido – diz Josana –  para que a Igreja esteja mais presente, divulgando o nosso sofrimento nos ouvindo e espalhando aos demais para que se sensibilizem pela nossa causa e que estejam mais presentes nas nossas lutas ao lado dos indígenas e quilombolas e todos os povos tradicionais da região”.

Josana confirma que os artesãos querem ser parte construtiva, “estar presentes, porque a presença da Igreja faz a diferença”.

“ Tudo é mais bonito quando é construido a partir de nós mesmos ”

“Não queremos apenas receber a vitória, mas fazer parte da construção da vitória. É muito importante a presença dos pescadores artesanais nesse momento de construção para uma nova sociedade, para melhores moradias, saúde, educação e valorização dos povos da Amazônia”.

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