Por uma sociedade que defenda e promova a vida

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

Desde 2005, aprovada pela 43ª Assembléia Geral da CNBB, acontece de 1º a 7 de outubro a Semana Nacional da Vida, que conclui com a celebração do 8 de outubro: Dia do Nascituro. Este ano o tema proposto para a reflexão é Vida e Sociedade , uma vez que avança a cultura da morte expressa na banalização da vida, na violência urbana contra mulheres, jovens, e crianças e as tentativas de aprovar o aborto. Fica claro não só para os cristãos, as pessoas religiosas, mas para todos/as que valorizam a vida como dom precioso e sagrado, que a legalização do aborto é como afirmava São João Paulo II a derrota e claudicação da civilização humana, a institucionalização de um totalitarismo eugenésico e demográfico que sacrifica e destrói a pessoa, instaurando um holocausto silencioso e perverso.

A defesa incondicional e consequente do direito à vida como primeiro direito da pessoa humana e do cidadão, brota cristalino da lei natural, e da Constituição Nacional, além de ser um mandamento divino positivo: não matarás!. Quando uma sociedade desconsidera a proteção à vida como eixo civilizatório e consenso fundamental a barbárie toma conta da convivência social, e seus alicerces se esboroam entrando numa lógica destrutiva e suicida.

Pois o aborto leva a uma pendente escorregadia que coloca a vida de outros inocentes em risco: portadores de síndromes ou deficiências, nascituros indesejados, os que foram considerados inúteis pelo nazismo ou pela engenharia social atual e a lista prosseguirá indefinidamente. Quando se perde de vista a solidariedade e o amor incondicional e compassivo a todo/a ser humano e a toda criatura voltamos a sociedade devoradora em que o homem se torna o lobo do homem, alimentando e fortalecendo o círculo de ferro da espiral da violência.

Não se trata de um fundamentalismo religioso barato ou sentimental, mas de colocar a pessoa humana e o direito a vida, como centro, como fonte de outros direitos, e de pensar que todo ser humano vem somar, acrescentar valor, alegria e esperança a comunidade e família da terra. Queremos uma sociedade misericordiosa, acolhedora, inclusiva, que acredite que mais importante que o PIB, é o IDH, e que o índice de felicidade bruta interna só é alcançado quando consideramos cada ser humano uma dádiva e um irmão para nós, protegendo a vida desde a concepção até seu termo natural. Por uma sociedade protetora e reverente a vida, compassiva e solidária! Deus seja louvado!

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