“A escolha do Pontífice de viver a Quinta-feira Santa entre os jovens de Casal del Marmo tem o sabor da proximidade para sensibilizar a sociedade, as Instituições e a política com a intenção de orientar as consciências para respostas concretas de alianças educativas, porque, muitas vezes, os jovens têm à sua disposição modelos errados”. Assim, o padre Raffaele Grimaldi (Inspetoria dos Capelães dos Cárceres da Itália) comenta o significado da Liturgia no Instituto penitenciário para menores
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Também este ano, o Santo Padre o Papa Francisco escolheu um instituto penitenciário para celebrar a Liturgia da Ceia do Senhor com o rito do Lava-Pés, dando preferência aos jovens. Esta quinta-feira, 6 de abril, a Liturgia será celebrada no Instituto penitenciário para menores de Casal del Marmo, na periferia de Roma.
O Papa Francisco quer repetir um gesto de profunda humanidade, caridade e proximidade em uma prisão de Roma e escolheu o Instituto de Casal del Marmo para encontrar os jovens, jovens carentes de afeto, ternura e escuta.
“Lembro-me da imagem afetuosa do avô que vai abraçar seus netos – sem desrespeitar o Santo Padre – que gritam sua dor e sabem que não serão julgados por seus erros, mas para oferecer-lhes encorajamento e o convite a nunca perderem a esperança”, diz o padre Raffaele Grimaldi, num comunicado da Inspetoria dos Capelães dos Cárceres da Itália.
Lavará os pés de 12 jovens de diferentes nacionalidades
Ele se ajoelhará diante deles – prossegue – no gesto de pedir desculpas em nome de uma parte da sociedade que os iludiu, seduziu e depois os abandonou. Lavará os pés de 12 jovens de diferentes nacionalidades em sinal solidário da fraternidade, um convite para dizer-lhes que “somos irmãos” com o encorajamento a retomar a beleza de suas vidas.
Como um pai amoroso, o Papa Francisco se ajoelhará diante dos jovens reclusos para lançar um apelo às Instituições para que não abandonem estes frágeis jovens que muitas vezes se encontram sozinhos, abandonados, perdidos e desorientados, sem pontos de referência. Não têm o calor de suas famílias, são esmagados pelos erros que cometeram e carregam em seus corações o grito do sofrimento e da raiva.
O Papa Francisco enxugará os pés molhados dos jovens com a toalha da misericórdia como gesto solidário de uma humanidade que não julga, não condena, não levanta muros de defesa e de exclusão. O verdadeiro objetivo da justiça não é punir e reprimir, mas o convite a quem errou a reconstruir os laços rompidos. É necessário ajudar os jovens errantes e solitários a encarnar a justiça reparadora, que coloca a dor e o sofrimento da vítima no centro.
Colocar a pessoa de volta ao centro
O Papa Francisco, ajoelhado diante dos jovens reclusos, beijará seus pés como fez Jesus; o beijo não é o de alguém que trai, ao contrário, é o beijo da ternura de acolhida de Deus; é o beijo amigo de quem quer levantar os jovens que caíram na rede do mal.
A escolha do Pontífice de viver a Quinta-feira Santa em meio aos jovens de Casal del Marmo tem o sabor da proximidade para sensibilizar a sociedade, as instituições e a política com a intenção de orientar as consciências para respostas concretas de alianças educativas. A atenção ao desconforto dos jovens deve encontrar respostas nos instrumentos de prevenção e discernimento porque os jovens muitas vezes têm modelos errados à sua disposição”.
Combater o desconforto dos jovens significa colocar a pessoa de volta ao centro, promovendo o recurso de cada um, apoiando-o através da escola, da arte, da música e do esporte em favor de uma integração social substancial que se realiza mediante o trabalho.
Fonte: Vatican News