O papa Bento XVl voltou a abordar um dos seus temas prediletos na audiência geral no Vaticano no dia 16 de agosto próximo passado, o relativismo ético. O papa condenou, mais uma vez, o relativismo ético e os totalitarismos políticos, insistindo que todos devem “reconhecer as exigências da natureza humana expressas na lei natural”. O pontífice afirmou que “quando a lei natural e a responsabilidade que ela implica são negadas, abre-se dramaticamente o caminho ao relativismo ético sobre o plano individual e ao totalitarismo do Estado sobre o plano público”. Baseando-se em documentos de S. Tomás de Aquino (1225-1274) Bento XVl disse que “a defesa dos direitos universais do homem e a afirmação do valor absoluto da dignidade da pessoa” exigem um fundamento, que é “a lei natural”, com os valores “não negociáveis” que a mesma indica. Segundo o papa estes são valores “que nenhum indivíduo, nenhuma maioria e nenhum Estado podem criar, modificar ou destruir”.
A sociedade moderna desconfia de toda afirmação e posição que procure incidir no absoluto. Os homens, até recentemente, nos vários cantos da terra eram tranquilos nas suas tradições específicas. Repentinamente se encontraram imergidos num grande número de religiões e num vastíssimo leque de conhecimentos e sabedorias. Daí uma infinidade de conflitos, de exclusivismos, de oposições. A sociedade contemporânea, diante de posições divergentes e opostas, trata as como igualdades. Um relativismo que afirma ao mesmo tempo a validade de uma afirmação e a validade de seu contrário dá origem a teologias que não estão “lado ao lado, mas face a face”.
O papa falou da “confiança que São Tomás de Aquino deposita nos dois instrumentos do nosso conhecimento – a fé e a razão”, na convicção de que “ambas provêm da mesma e única fonte da verdade, o Verbo Divino”. Segundo Bento XVl, S. Tomás de Aquino “propõe um conceito amplo da razão humana, porque não se limita aos espaços da chamada razão empírico-científica, mas abre a todo o ser e às questões fundamentais e irrenunciáveis do viver humano”.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald – Redentorista