Resultados do Sínodo Romano

padre-Brenda200No dia 24 de outubro, próximo passado, os bispos católicos concordaram em uma abertura restrita para divorciados que se casaram novamente fora da Igreja Católica, mas rejeitaram pedidos de adoção de uma linguagem mais acolhedora em relação aos homossexuais. Por apenas um voto de diferença, o Sínodo dos Bispos sobre a Família aprovou a decisão de dar a cada padre o “discernimento” de conceder ou não a comunhão a pessoas divorciadas. A medida é um dos 94 pontos incluídos no relatório final da reunião episcopal e precisava de 177 votos (maioria de dois terços) para ser chancelada, porém, recebeu 178 votos. Logo depois da votação o Santo Padre Francisco disse: “Sem jamais cair no perigo do relativismo ou então demonizar os outros, procuramos abraçar plenamente e corajosamente a bondade e a misericórdia de Deus, que supera os nossos cálculos humanos e não deseja outra coisa que não seja a salvação de todos”.

O documento final do Sínodo reafirmou os ensinamentos da Igreja Católica sobre homossexuais, afirmando que eles (elas) não devem sofrer qualquer discriminação na sociedade, mas também repetiu a posição de que “não há qualquer fundamento” para o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que “não pode nem mesmo remotamente” ser comparado a uniões heterossexuais. O espinhoso tema da homossexualidade foi abordado em apenas um parágrafo, no qual se reitera que a Igreja Católica “respeita” os homossexuais, condena qualquer “discriminação injusta” e se opõe ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. O restante desse parágrafo recomenda a Igreja a “acompanhar as famílias com um membro homossexual”.

Outro assunto muito importante que foi abordado no Sínodo foi a pedofilia na Igreja. Os bispos do Sínodo reiteraram que a instituição aplicará “tolerância zero” em relação à pedofilia, comprometendo-se a colaborar “de forma estreita” com a Justiça. Uma frase do Santo Padre que chamou a atenção  foi: “O Sínodo mostrou que os verdadeiros defensores da doutrina católica não são aqueles que se agarram “as letras”, mas sim ao “espírito”. O primeiro dever da Igreja não é aquele de distribuir condenações , mas o de proclamar a misericórdia de Deus e de chamar à conversão”. O porta-voz do Vaticano, padre Frederico Lombardi S.J., lembrou que se trata de propostas dirigidas ao papa, que decidirá se será necessário elaborar um documento papal sobre a família. No encerramento do Sínodo, o papa Francisco elogiou a liberdade de expressão que reinou ao longo das três semanas de trabalho e criticou abertamente “os métodos não de todo benévolos” empregados pelos setores conservadores contra suas propostas de reforma.

                                                                 Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE 1

 

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