RESURREXIT  SICUT DIXIT  ALLELUIA

O Domingo da Páscoa é e deveria ser por todos considerada a maior das festas cristãs. “Solenitas sollenitatum” – Solenidade das solenidades, como exprime o Catálogo Oficial da Igreja Católica. É verdade que a encarnação do Verbo e o Natal de Jesus significam o maravilhoso início da nossa salvação e dão novo sentido à história.  Mas a culminância da nossa redenção foi realizada pela morte e ressurreição do Senhor, de modo que  São Paulo podia escrever: “Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia, e vazia também nossa fé”. (1 Cor 15, 14). Mas, agora, Jesus ressuscitou. Foi a grande mensagem: Não está aqui. Vai à vossa frente para Galiléia. É verdade Jesus foi à frente, para preparar-nos um lugar junto do seu Pai, que é também o nosso Pai. Isso é uma grande consolação e conforto para nós.

Jesus ressuscitado está presente na comunidade, dando início à nova criação. Os cristãos sentem sua presença na ação do Espírito  que os move à implantação do projeto de Deus na história. Hoje a comunidade é chamada a ter fé madura que não exige sinais extraordinários para perceber Jesus presente nela (cf. Roteiros Homiléticos, de J. Bortolini, Paulus, 2007, p.322). A fé em Cristo ressuscitado é efetivamente libertadora, de maneira inequívoca e universal (Gl 5, 1), porque Jesus salva o homem do pecado, que é a fonte de todas as alienações e escravidão. Assim como os Apóstolos anunciaram a Ressurreição no contexto social e religioso do mundo judaico e grego-romano para qual se dirigia, assim também hoje em dia esta mensagem libertadora deve alcançar o homem atual que clama pela superação de toda injustiça e opressão, e que enfatiza os direitos humanos como a aspiração mais universal da humanidade. O documento “Gaudium et Spes” do grande Concílio Ecumênico Vaticano ll falando sobre as “aspirações mais generalizadas da humanidade”, que incluem todos os tipos, tanto sociais e culturais como econômicas e operárias disse: “oculta-se uma aspiração profundo e universal: as pessoas e os grupos sociais estão sedentos de uma vida plena e livre, digna do homem (GS 9, 3).

A morte e ressurreição do Senhor realmente vêm nos libertar, mas não se limitam a uma libertação dos males físicos. Seria empobrecer demasiado o conceito da morte e ressurreição de Jesus. O efeito da ressurreição é muito mais amplo, “penetra no santuário da consciência, envolve compromissos morais, atitudes religiosas, exercício constante da solidariedade e obediência intransigente à lei do amor recíproco”. A palavra “páscoa” significa passagem.  A Páscoa, portanto é a paisagem de Cristo por cada um de nós, por cada família, por cada comunidade, pela sociedade cearense, para nos libertar do egoísmo que reside dentro de nós e para oxigenar o ambiente externo, contra o desamor, a violência e as injustiças.

Desejo a todos os leitores do site da Arquidiocese de Fortaleza as melhores bênçãos e as melhores alegrias de uma feliz Páscoa.

Pe.  Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg.NE1

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