O Ritual de Iniciação à Vida Cristã de Adultos (Rica) é destinado à iniciação de adultos na vida cristã. O Documento da Santa Sé, publicado em 1972 a pedido do Concílio Vaticano II e reeditado no Brasil em 2001, descreve os ritos do catecumenato (processo progressivo de desenvolvimento da fé) e retoma a unidade dos sacramentos da iniciação cristã: o Batismo, a Eucaristia e a Crisma.
O livro é um dos instrumentos de trabalho que inspirou a temática central da 55º Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil “Iniciação à Vida Cristã”. Segundo o presidente da entidade, cardeal Sergio da Rocha, o momento é de dar impulso na iniciação cristã como um todo: “Quando se falava de Iniciação Cristã se pensava apenas na Iniciação Cristã de Adultos, no Ritual de Adultos, mas é claro que vamos dinamizar, impulsionar e valorizar ainda mais a iniciação cristã como um todo”, disse. “Queremos revalorizar, dinamizar a própria catequese de iniciação cristã”, completou.
Ao folhear o Rica, o leitor encontrará passos a serem executados (itinerários). Essas etapas visam o conhecimento e a adesão da pessoa à fé cristã. O Documento é organizado em: “tempo de conversão” (kerigma, pré-catecumenato); “tempo da preparação” (catequese, eleição) e “tempo da recepção dos Sacramentos (purificação/iluminação/mistagogia). Na primeira etapa – a da conversão – é possível ter contato com os primeiros encontros. É neste momento que acontece a celebração de acolhida e apresentação dos candidatos à comunidade.
Passo a passo do cristão
No tempo da preparação, o cristão tem a oportunidade de se aprofundar em conteúdos associados a noções da Bíblia, Liturgia, Espiritualidade, Credo e os Sacramentos. Já na última etapa, a da Recepção dos Sacramentos, o candidato é admitido na fé da Igreja.
Segundo o arcebispo de Curitiba e presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom José Antônio Peruzzo, o documento da Santa Sé oferece uma sequência de passos e um ordenamento para a mistagogia (inserção da pessoa na fé católica): “É uma espécie de integração muito mais viva entre catequese e liturgia que nossa Igreja precisa recuperar”. Para ele, com o Rica a Igreja pode “palmear outros caminhos”.
“O Rica sugere uma condição mais favorável para conhecer e dar passos neste rumo de experiências de Iniciação, por isso nesta Assembleia, vamos realçar fortemente o Rica, porque com os adultos teremos algumas experiências, nós como Igreja teremos experiências melhor fundamentadas para redescobrir aquilo que já perdemos”, concluiu o bispo.