No dia 8 de março a Igreja Católica celebra a festa de São João de Deus. João nasceu em Montemor o Novo (Portugal) em1495. Com oito anos fugiu de casa e viajou para a Espanha, que ia ser o principal cenário de suas aventuras e obras. “Colocou-se a serviço de um criador de ovelhas, cuidou dos rebanhos, recebeu as primeiras letras e tornou-se administrador da propriedade do benfeitor”. Então se alistou como soldado nas tropas do Imperador Carlos V, combatendo contra franceses e turcos na defesa de Viena contra Solimão ll (1522).
Depois se tornou vendedor de livros na zona de Gibraltar e por fim chegou a Granada onde continuou vendendo livros. Foi em Granada que ouviu as pregações de São João de Ávila. Ficou totalmente transtornado. Voltou para a loja e queimou os livros imorais, e distribuiu o resto entre os pobres e curiosos. Ele ficou totalmente louco e foi internado num manicômio. Foi providencial porque foi no manicômio que ele realmente descobriu sua vocação.
Ele ficou chocado pelo “tratamento desumano que os doentes receberam no manicômio, a falta de higiene, de terapia, além do abandono quase total em que os doentes mentais eram deixados” (cf. O Santo do Dia, Servilio Conti, p.108). João descobriu que Deus estava o chamando para tomar cuidado dos doentes mentais. Deixou o manicômio em 1539, alugou uma casa e nela colocou todo tipo de doentes. Com a ajuda de colaboradores, fundou a ordem dos “Irmãos Hospitalários”, conhecido como “Irmãos Hospitalários de São João de Deus”.
Tal foi o nome que lhe deram por desconhecer seu sobrenome. O seu trabalho aumentou e foi abençoado. Depois de doze anos de trabalho, orações e sacrifícios São João morreu em Granada em 8 de março de 1550. Em 1572 “Os irmãos dos enfermos” receberam o hábito e uma regra do papa Pio V. Hoje há mais de 100 hospitais da Ordem somente na Espanha e dezenas de outros espalhados pelo mundo inteiro. João de Deus foi canonizado em 1690 e declarado padroeiro dos hospitais, dos enfermeiros, dos livreiros e impressores.