São José

No dia 19 de março de 2019, a Igreja Católica celebra solenemente a santidade de vida de São José. O nome “José”, em hebraico, significa: “Deus cumula de bens”, e sem dúvida esse simples carpinteiro de Nazaré foi cumulado de bens ao não recusar sua missão de esposo da Virgem Maria e pai legal de Jesus. Dada a escassez de dados bibliográficos relativos a José, à literatura apócrifa dos primeiros séculos encarregou-se de enriquecê-los a seu gosto. Pode se disser que a devoção a José é antiga, mas o culto público e litúrgico é bastante recente, com início no fim do século XV. 

Em 1870 São José foi declarado patrono da Igreja Católica por Pio IX e, em 1955, Patrono dos Operários por Pio XII. Dois documentos oficiais do Vaticano falam sobre o culto de São José: a Carta Encíclica Quamquam Pluries do papa Leão Xlll e a Exortação Apostólica Redemtoris Custos do papa São João Paulo ll (1989).  A carta Custódia do Redentor acompanha José nos momentos decisivos de sua missão paterna, especialmente quando, como chefe de família, se dirigiu a Belém para o recenseamento e ali nasceu a criança Jesus. Isto ocorre no silêncio da noite, depois de passar pela agonia de não encontrar hospedagem em Belém.  A circuncisão do Menino, a imposição do nome de Jesus, missão atribuída no contexto judaico ao pai, a apresentação no templo, a fuga para o Egito, o encontro com Jesus no templo depois de três dias aflitos, fazem brilhar em José o “homem justo”. A iconografia o representa com o Menino Jesus no braço e o lírio – símbolo da pureza – na mão direta.  

A missão de José na história da salvação constitui em dar a Jesus um nome, fazê-lo descendente da linhagem de Davi, como era necessário para cumprir as promessas. José é o elo entre o Antigo e o Novo Testamento e o último dos Patriarcas. A primeira vez que São José é mencionado no Evangelho é na cena da anunciação em que Maria é chamada noiva de um homem da casa de Davi de nome de José. Depois aparece quando Maria apresentava os sinais de sua divina maternidade e José lhe desconhecia a origem. O evangelista diz que sendo “homem justo”, não quis denunciar Maria de infidelidade, mas preferiu tomar uma solução que, salva a honra de Maria, teria provocado certa odiosidade sobre sua própria pessoa. Decidiu sumir do lugar; Então um anjo lhe disse: “Não tenhas medo, José, de escolher Maria para tua esposa, pois o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo, e o que nascer dela será o Filho do Altíssimo, e tu lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados”. 

Os evangelistas não citam uma só palavra de José. Não se sabe com certeza histórica onde e quando nasceu nem onde e quando morreu. José aparece como o homem do silêncio, o homem reto, de fé profunda e disponível à vontade de Deus. “A figura de São José quase desaparece nos primórdios do Cristianismo, para que se firme melhor a origem divina de Jesus”.

Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista

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