Dia 19 de março é a festividade de São José, padroeiro do Ceará, Patrono da Igreja Universal e esposo puríssimo da mais excelsa de todas as criaturas, convencendo-nos da mais absoluta certeza: a salvação que nos é oferecida. Voltemo-nos para São José, pensando na vida dos cristãos dos nossos tempos, por ocasião da Quaresma. Em nosso peregrinar rumo à paixão, morte e ressurreição de Jesus vislumbra-se o mistério luminoso que nele esperamos e cremos “contra toda esperança”, falando-nos em humilde escuta e no diálogo sincero com Deus, reconhecendo a mão de Deus na sua vontade de salvar o mundo.
Neste mundo, com uma cultura de intolerância, sendo esta a arma dos intransigentes, redamos graças ao bom Deus pelos frutos fecundos, primícias da Igreja, em São José, homem justo e humilde, no cuidado do Filho de Deus: infância, adolescência e juventude. Humanamente, compreendemos que toda a vida de São José foi um ato prolongado de fé, esperança e obediência, nas mais obscuras e difíceis situações de sua vida. Aqui está um santo inigualavelmente grande, advogado dos lares cristãos e modelo de operário, que nos ajuda em nosso sonho por uma inequívoca realização, não só neste mundo, mas também no mundo futuro.
Pouco tempo após o nascimento de Jesus, recebe a ordem do alto dos céus: “Levanta-te, pega o menino e Maria, sua mãe, e foge para o Egito” (Mt 2, 3). Tempos depois, o anjo lhe diz: “Vai para a terra de Israel”. É dura a partida, mas de imediato, de noite, José foi flexível à voz soberana, por estar diante de tal situação, sem pedir explicações e não sendo causa de objeções. Pensemos na grandeza de uma alma literalmente obediente: “Servo fiel e prudente a quem o Senhor confiou sua família” (Lc 12, 24), totalmente disponível ao projeto de Deus. Esteve sempre atento à convocação divina e amplamente entregue ao serviço do Senhor, na perfeita dedicação, no amor a Deus, de todo o coração, de toda a alma e com todas as forças.
São José, da descendência de Davi, como nos asseguram as Escrituras Sagradas, une Jesus de Nazaré à linhagem do povo eleito, o qual esperava pelo Messias. Cabe a nós, pois, pensar na benevolência de Deus, que é a de reconciliar consigo mesmo todas as coisas. Vemos que, por meio de simples e humilde carpinteiro de Nazaré, se realiza a profecia anunciada a Davi: “Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre” (cf. 2 Sm 7, 16), no sol da justiça, mistério oriundo do seio sagrado da Virgem Maria. Amém!
*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).