Basílica de São Paulo Fora dos Muros – Foto: Vatican News
Viver a vida é algo maravilhoso! É ficar diante do batismo como dom e graça, mas sem se perder pelas ruas, avenidas e estradas, mesmo que você esteja sozinho. Ela fica mais bonita, e se torna bela e esplendorosa quando a caminhada acontece em meio aos gestos de generosa solidariedade, como filhos de Deus e irmãos uns dos outros. Caminhemos, pois, contemplando o mistério da vida, dia após dia, neste ano de 2024, procurando entender e acolher, no compromisso do diálogo, os desígnios traçados pelo nosso bom Deus, luz verdadeira a iluminar e aquecer os que andam na escuridão tenebrosa da morte.
Mesmo diante dos sombrio e nefasto sinais de morte, neste dia 25 de janeiro, voltemo-nos, esperançosos, para o clarão luminoso que foi, que é e que será o apóstolo Paulo, pelo fato de ele ser chamado à conversão, no caminho de Damasco, naquela luminosidade misteriosa no horário do meio-dia. Gosto muito de recordar Dom Hélder Câmara, ao externar, numa metáfora terna e mística, como São Paulo, a partir de sua vida coberta de mistérios, numa nítida visão do Sol da Justiça: “Há pessoas que, independentemente de idade, pelo que são, pelo que dizem e pelo que fazem, são sempre meio-dia”. Nesse sentido, pode-se adaptar tal pensamento ao Apóstolo dos Gentios, seja no anúncio do Evangelho e nos carismas, seja na missão e nas viagens, identificado com vida, no pacifismo de Dom Hélder, em sua disposição, sabedoria e esforço de imitá-lo
Com um olhar de fé e confiança em Jesus de Nazaré, o apóstolo Paulo tão bem anunciou o Evangelho, e revelou-o às pessoas sedentas e desejosas de mudança de vida, ao mesmo tempo voltadas à Justiça divina, que significa paz em abundância. Semelhante sinal nos faz compreender o anúncio do Reino, que se tornou visível pelo nosso modo de pensar, de agir e de ver o mundo, mas segundo a vontade do nosso bom Deus, que quer superação de todas as forças, ao contrariar o poder do mal, como na convicção do apóstolo: “Pela graça de Deus, sou o que sou, e a graça que Ele me deu não tem sido inútil” (cf. 1 Cor 15, 10).
Paulo nos ensina a lógica do caminho divino, no sentido do distanciamento das trevas da morte, as quais persistem em perseguir a humanidade. Temos como expressão maior o Evangelho vivo, no exemplo claro, terno e generoso que vem do jovem Saulo de Tarso, ao tornar-se seguidor e discípulo fiel de Jesus de Nazaré, a partir daquele sinal luminoso, no episódio da queda nas areias, no caminho de Damasco, voltando-se após o incisivo chamado de seu Mestre e Senhor, com sua concretude no anúncio e na propagação da fé.
Pe. Geovane Saraiva, pároco da Paróquia Santo Afonso e membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza