Um apóstolo com o nome de Tomé aparece nos evangelhos sinóticos de Mt 10,3; Mc 3,16- 19; Lc 6, 13 -16; Atos 1, 13. De sua vida antes do chamamento de Jesus para o apostolado nada sabemos. São Tomé é conhecido pela sua incredulidade perante a notícia da Ressurreição de Jesus. Quando os apóstolos comunicaram à ele que tinham vista o Senhor, Tomé respondeu: “Enquanto eu não vir em suas mãos os sinais dos cravos e não meter o meu dedo na abertura do seu peito, eu não hei de crer”. Porém, no domingo seguinte Jesus apareceu no cenáculo e disse a Tomé: “Estende tua mão e põe-na no meu lado e não seja incrédulo, mas fiel”. As palavras que Tomé pronunciou ao ver Jesus: “Meu Senhor e meu Deus” se tornaram uma maravilhosa profissão de fé. Jesus então disse à Tomé: “Por me teres visto acreditaste Tomé. Bem-aventurados aqueles que, embora não vejam, acreditam”.
Nada sabemos ao certo dos fatos e da vida de Tomé depois de Pentecoste. Os cristãos de Malabar afirmam terem sido evangelizados por Tomé e que ele morreu a golpe de lança. Na última Ceia, Jesus, falando de sua ida ao Pai, disse: “Para onde eu vou, vós o sabeis, como sabeis o caminho”. Tomé então disse: “Senhor não sabemos para onde quereis ir e como é que podemos saber o caminho?” Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém chega ao Pai, a não ser por mim” (Jo 14, 5-6).
Um fato curioso é o seguinte: Os primeiros jesuítas que chegaram ao Brasil, inclusive Nóbrega e José de Anchieta, estavam convencidos que Tomé tivesse passado pelo Brasil em sua viagem às Índias. Eles notaram uma lenda entre os índios que um grande mensageiro de Deus teria passado em tempos históricos, a quem chamavam de Sumé, corruptela de Tomé. A literatura apócrifa em torno de Tomé é abundante. Predominam os escritos de origem maniqueísta e gnóstica. Há várias cidades da Ásia onde se atribui o lugar de suas relíquias. Tomé também foi chamado Dídimo, que significa gêmeo.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista