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Secretários executivos dos 18 regionais da CNBB participaram, em Campo Grande (MS), da primeira reunião de 2016

Reunião, em Campo Grande (MS), contou com uma vasta programação, incluindo visita a aldeias indígenas

Secretários executivos dos 18 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) participaram,  em Campo Grande (MS), da primeira reunião de 2016. De 18 a 22 de julho, o encontro foi marcado por momentos de convivência e partilha da caminhada. Também foram abordadas questões administrativas.

O evento  teve a presença do bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, Foi coordenado pelo subsecretário adjunto de Pastoral da entidade, padre Antônio Luiz Catelan Ferreira.

Na ocasião, dom Leonardo falou sobre questões administrativas, a missão dos secretários executivos e sobre a importância do encontro. “É muito significativo esse diálogo para que haja na evangelização uma dinâmica comum. Que a CNBB possa estar, como matriz, mais a serviço dos regionais, possa ajudá-los na sua dinâmica e possa ouvi-los mais. Ao mesmo tempo, também é um momento importante para nós nos ajudarmos mutuamente na organização”, explicou dom Leonardo.

Para o bispo, toda a proposta do encontro deve facilitar a dinamização da evangelização. “A questão fundamental é sempre a evangelização. A CNBB e a Igreja existem para evangelizar. É claro que para evangelizar ela precisa se organizar, necessita de uma dinâmica que passa muito pelos regionais da CNBB. Não é um secretariado geral que comanda a Igreja no Brasil. A partir das dioceses, a partir dos regionais que nós podemos ajudar e dinamizar a evangelização, isso para a CNBB é o mais importante”, acrescentou.

A CNBB forma um organismo com 19 filiais, sendo os 18 regionais e as Edições CNBB. O encontro dos secretários executivos buscou a consonância em questões administrativas e pastorais dentro dessa estrutura.

Ainda, na reunião, cinco coordenadores diocesanos de Pastoral apresentaram as atividades desenvolvidas nas dioceses do regional Oeste 1 da CNBB, que compreende o estado do Mato Grosso do Sul. Eles falaram sobre a realidade atual da região, variedade de ministérios e serviços,  desafios das distâncias,  evangelização dos povos indígenas, conflitos de terra e escassez de vocacionados.

Realidade indígena

Como parte da programação do encontro, os secretários executivos conheceram a realidade indígena, no município de Miranda, diocese de Jardim (MS). De acordo com o secretário executivo do regional Oeste 1, irmão Silvio da Silva, a região “vive um momento muito delicado”.

O grupo esteve em algumas aldeias dos indígenas Terena. Somente na diocese de Jardim há mais de dez mil índios. Os Terena são numerosos em todo o Mato Grosso do Sul.

Na quarta-feira, dia 20, os secretários executivos, acompanhados do padre Antônio Catelan Ferreira e do bispo de Jardim, dom João Gilberto de Moura, foram acolhidos na Aldeia Babaçu – Comunidade Nossa Senhora Imaculada Conceição, por caciques, pajés e lideranças de doze aldeias. Cerca de sessenta pessoas estiveram presentes.

Segundo o secretário executivo do regional Sul 2 da CNBB (Paraná), padre Mário Spak, os caciques reuniram-se previamente entre eles para preparar a exposição e três deles ressaltaram alguns pontos que mais lhes são sensíveis no momento, como o esforço que estão realizando nas aldeias para o resgate e preservação da cultura indígena;  a consolidação da identidade indígena por meio das línguas maternas, danças e ritos; a luta para garantir que as leis institucionais de demarcação de terras sejam cumpridas. Com relação à Igreja, os índios pediram maior presença católica, muito apreciada por eles. As lideranças indígenas solicitaram que, na medida do possível, os padres façam visitas às casas para conhecer a realidade e mergulhar mais na cultura indígena. Ainda foi lembrada a precariedade do atendimento à saúde e o problema que eles têm enfrentado com bebida e  droga nas comunidades. Depois da exposição dos caciques, os secretários puderam falar e estabeleceu-se um diálogo para conhecimento recíproco entre a Igreja e a realidade indígena.

Ao final do encontro, dom João Gilberto de Moura classificou o dia vivido como histórico. “Somos a Igreja viva, a Igreja comunhão. Houve liberdade para exposição das reflexões. Muito do que foi dito nesta tarde ajudará a melhorar o nosso trabalho na diocese de Jardim, no regional Oeste 1 e também na Igreja do Brasil, devido à presença dos secretários executivos”, disse. Segundo dom João, este foi o maior encontro realizado entre a Igreja e os Povos Terena.

Irmão Silvio da Silva, que pertence à Congregação dos Pobres Servos da Divina Providência, agradeceu a oportunidade que regional Oeste 1 teve de receber, “na simplicidade e pobreza“, o encontro dos secretários executivos. O religioso ressaltou o momento em que a Igreja “vive e revive, a cada instante, a história de todos os fiéis católicos do Mato Grosso do Sul”, com a partilha de experiências e a visita às realidades, recordando a luta por dignidade dos povos indígenas do regional, “que vivem atualmente a pior tragédia da intolerância e a diabólica estratégia da discriminação e o ignominioso jeito de estratificar as pessoas pela sua origem”.

A próxima reunião está prevista para os dias 8 e 9 de novembro, em Brasília (DF). Em 2017, a primeira reunião será no Rio de Janeiro (RJ), sede do regional Leste 1 da CNBB.

 

Assessoria de Imprensa da CNBB com a colaboração e fotos do padre Mário Spaki

 

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