“Vós me teceste no seio materno, por isso me maravilho com as vossas maravilhas”. (Sl 138)
Este mês de setembro que de modo particular o dedicamos a Palavra do Senhor, seu eco ressoa em nós. A Igreja, o Povo de Deus, vive intensamente esta comunhão com o Senhor que nos criou por amor e nos convida nesta ciranda a viver a alegria de ser seu povo, sua gente, seus amad@s. Interessante observar que o coração humano tem sede desta vivência do amor de esposo, esposa que se dão totalmente. E a família tem transparecido de modo claro que sua estrutura em muito colabora para que o nosso ser “pessoa viva o processo de maturidade, abertura, unidade nos tornando homens e mulheres, livres como nos salienta (Petrini). Nesta sintonia ímpar, pelo qual nos conhecemos como pessoa nesta reciprocidade, os diversos modos de interagir e criar relações vão iluminando a face da terra, como diz a canção popular. “Eu vi o céu descer ficar juntinho da terra e um povo novo habitando nela”. Por isso a “Palavra” arde em nosso peito do mesmo modo que antes, porque o Espírito do Senhor continua derramado em nós, alimentando o nosso sacerdócio que Dele nos foi dado no qual estamos cristificados. – Sacerdote, profeta e pastor.
Cônscios de que o acontecimento da encarnação do Verbo não se esgota na história porque somos, pelo dom da vida, chamd@s a esta interação que (Lorscheider – REB 63) fundamentado na Lumem Gentium nos recorda: Embora o sacerdócio ministerial e o sacerdócio comum sejam essencialmente distintos, não significam que existam separados. Muito pelo contrário, tanto um como o outro participam cada qual ao seu modo, do único sacerdócio de Cristo, para não dizer do tríplice múnus salvífico de Cristo. A Igreja é um povo, um corpo, uma família. Sacerdócio ministerial e sacerdócio comum completam-se em seu ser e agir.
Sendo, portanto, uma missão cujas próprias iniciativas irão abrir campos onde numa infinidade de meios o evangelho é proclamado para a nossa libertação. E nesta jornada não estamos sozinhos, uns mais conscientes, mais atentos e dedicados, no entanto, a seu tempo os apelos que surgem vão silenciando e tornando perene o sonho de Deus que está centrado em nossa humanidade. Portanto, podemos ter por certo que o Senhor precisa de nós e se queremos continuar a ser felizes, o melhor modo é estar no “aconchego” Dele.
Aprendamos de Maria, de José, de João, de Pedro e de tantos irmã@s o que (Lucas) capta de Maria: Ela guardava tudo no silêncio do seu coração. (Lc 2, 51) E aqui (Santoro – REB 66) nos encaminha a este fascínio, cujo gozo é catequético, pois o ser humano não pode viver sem Amor. E atraídos a Deus, que é Pai e Mãe, e já nos conquistou desde o ventre materno, podemos internalizar esta realidade. Ademais, o evento da encarnação se desdobra na vida de Jesus de Nazaré, e a partir do batismo do Jordão, assume a forma contagiante da beleza divina oferecida na simplicidade de um encontro humano. Cristo é a salvação de Deus oferecida para os homens, exatamente porque Nele se encontra as exigências constitutivas do coração do homem.
Tenhamos diante de nós que a história é o chão onde Deus caminha através de cada um de nós e aqui se rememore Manfredo Oliveira que em certa homilia dissera: Até um cachorrinho manifesta sua alegria, vitalidade e satisfação diante da vida. (1993). Obvio claro, pela nossa vida de inserção no mistério da ressurreição de Cristo, há horizontes que norteiam a presença de Cristo que é trabalhada em nós. É… A vida é contagiante porque somos um só corpo e nos 4,5 bilhões de anos da existência humana na terra, somos únicos, originais, selo do criador, inflamados enquanto criaturas.
Este ano compartilhando da alegria da Assembleia de Deus que celebra seus 100 anos mergulhemos nas palavras do profeta Jeremias 23, 29 que augustíssimamente consola o nosso pobre coração, porém, rico em amor e traz em si o prazer de ser feliz incondicionalmente.
Avante, é Travessia: passo a passo o caminho se faz! Que nossa caminhada, nosso trabalho, nossas lidas, nossas famílias em festa irradiem o ressuscitado, o ungido, o Senhor da história.
Abraço, beijo e bênçãos, em preces, Nascélio.