São Francisco de Sales (Itália, 1567-1622), homem de vasta sabedoria, formado em direito, antes de abraçar a vida sacerdotal, destacando-se como um místico, na oração e na espiritualidade, “fazendo-se tudo para todos”, grande orador e escritor, foi bispo de Genebra – Suíça e Doutor da Igreja. Para quem não sabe, ele é o padroeiro dos jornalistas e escritores católicos.
Visto sempre como uma referência e exemplo de mansidão, no serviço aos irmãos, inflamado de uma admirável ternura, bem que pode nos inspirar, no sentido de melhor compreender o “Ano da Fé”, proclamado pelo Papa Bento XVI, no dia 11 de outubro de 2011. O Romano pontífice quis dizer com todas as letras que os cristãos são chamados a professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo. “O pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos, enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor”. 1
A vida da humanidade será autêntica e verdadeiramente cristã quando se fizer notar, num profundo e constante desejo de renovação, percebida na criatividade da fé e da esperança. É claro que nunca podemos duvidar nas mais diversificadas fases e circunstâncias, do Espírito Santo de Deus, com sua atuante e, ao mesmo tempo, forte presença vivificadora no mundo e na Igreja. É o Espírito Santo que ilumina as nossas ações. Evidentemente, é necessário que nos deixemos conduzir por ele, para fugirmos não só da superficialidade, mas também da hipocrisia, bastante visível no nosso mundo. Daí o Sumo Pontífice lembrar uma coisa fundamental: “A necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo”. 2
É dever nosso, olhar para a terceira pessoa da Santíssima Trindade, com fonte e centro de dons e bênçãos, unindo as pessoas de todas as classes, raças e culturas. Assistidos pelo mesmo Espírito, suplicamos a sabedoria e o entendimento, para bem respeitar o direito e estar atento às iniciativas e ao pluralismo, fortemente presente na sociedade hodierna. Urge que tenhamos como base a justiça, na certeza de que a retribuição e a recompensa virão de Deus. “O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro do Líbano, plantado na casa do Senhor, nos átrios de nosso Deus” (Sl 91, 13).
Portanto, é um compromisso nosso, louvar e bendizer a Deus. Bendizer e louvar, fundamentalmente, quer significar dar graças com gestos e palavras, agradecer e celebrar, a partir do coração. Ninguém melhor do que Isabel para compreender, na visita de Maria, sua prima, exclamando em voz bem alta: “Bendita és tu entre as mulheres e bendita o fruto do teu ventre” (Lc 1, 42). Como Isabel, podemos contar sempre com as bênçãos de Deus em nossa vida, de um Deus que resgata a humanidade infiel e, ao mesmo tempo, não dispensa a sua e a nossa colaboração, para que Deus realize a redenção universal, tão evidente no sim de Maria, ao dizer com firmeza: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1, 38).
Pela palavra bendita entendemos contemplada e abençoada por Deus. Isabel se alegra e se enche de graça porque Maria foi escolhida por Deus, para bem desempenhar uma tarefa grandiosa e misteriosa, a de contribuir decisivamente na salvação do Povo de Israel, cumulando-o de bens, na pessoa do Filho Eterno do Pai, “Jesus Cristo, ontem, hoje e por toda eternidade” (Hb 13, 8). Ele é causa, segundo o Papa de descruzarmos os braços: “Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna” (Jo 6, 27).3
“Que toda a terra se proste diante de vós, ó Deus, e cante louvores ao vosso nome, Deus altíssimo!” (Sl 65, 4). Precisamos, a exemplo da Virgem Maria, aproveitar bem o tempo, que é dom precioso, concedido por Deus, para edificar a nossa própria história, não perdendo de vista a construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária, para que entremos na lógica de Deus, sempre acreditando e aceitando o projeto de Deus, através do Evangelho, nas palavras do Sucessor de Pedro: “Que haveremos nós de fazer para realizar as de Deus?” (Jo 6,28). Conhecemos a resposta de Jesus: “A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou” (Jo 6, 29). 4
O referido Ano da Fé, com seu início para o dia 11 de outubro de 2012, no cinqüentenário da abertura do Concílio Vaticano II e com seu término para a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, aos 24 de novembro de 1213,5 o Papa Bento XVI o entrega à Mãe de Deus, proclamada “feliz porque acreditou”, confiamos este tempo graça.
Pe Geovane Saraiva, Pároco de Santo Afonso – [email protected] / https://twitter.com/pegeovane / ww.paroquiasantoafonso.org.br