A sombra do caso “Vatileaks” que causou tanto sofrimento ao papa Bento XVl, voltou ao Vaticano o espectro de mais uma venda de notícias privadas e reservadas à imprensa. Neste caso, são dados das contas do Vaticano envolvendo pessoas designados pelo papa Francisco para reformar as finanças. Este novo escândalo apareceu na segunda feira, dia dois de novembro. Segundo o porta voz do Vaticano, padre Frederico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé: “No âmbito de investigações criminais pela Gendarmaria (polícia) do Vaticano ao longo de vários meses sobre a subtração e divulgação de documentos confidenciais, foram chamadas duas pessoas nestes sábado e domingo, para interrogatório com base nas provas recolhidas”. As duas pessoas envolvidas são: a) o monsenhor espanhol Lucio Angel Vallejo Balda, 54 anos, membro do Opus Dei, e secretário da Prefeitura para Assuntos Econômicos, e b) Francesca Chaouqui, 33 anos, italiana, uma especialista em comunicação e mídias sociais, que foi consultora para a reforma econômica e organizacional da Santa Sé.
Monsenhor Vallejo Balda foi detido no dia 2 do corrente por ordem do Promotor de Justiça, segundo um comunicado da Santa Sé, que lembra que a divulgação de notícias e documentos confidenciais é “um crime sob a lei lX do Estado da Cidade do Vaticano, de 13 de junho de 2013, que trata de alterações no Código Penal e no Código de Processo Penal”. A Francesca Chaouqui foi libertada após “colaborar com a investigação” e testemunhar sobre o caso.
A nota do porta-voz do Vaticano, o padre Frederico Lombardi, também cita dois livros anunciados para 5 de novembro do corrente: a) “Avarizia” (Avereza), de Emiliano Fittipaldi, jornalista do diário L’Espresso, e b) “Via Crucis”, de Gianluigi Nuzzi, autor também do livro “Sua Santidade”, que recolhia os documentos secretos por Paolo Gabriele, o então mordomo de Bento XVl que vazou documentos confidenciais do papa em 2012. Pe. Lombardi disse: “Deve ficar claro que, mais uma vez, como no passado, (os livros) são fruto de uma grave traição da confiança do papa”. O Opus Dei, ao qual Monsenhor Balda é vinculado, manifestou “surpresa e dor” pelas notícias. A prelazia informou que . “Não ter qualquer informação sobre o caso”. Portanto, o bom nome e reputação do Opus Dei não devem ser atingidos por este triste episódio. A missão do Opus Dei é o acompanhamento espiritual dos seus membros. Porém, é importante lembrar que os dois acusados têm o direito à presunção da inocência, até que a justiça formalmente decrete os dois culpados. É profundamente lamentável o mal causado à Santa Sé por este triste episódio. Aprovamos o ensejo para estender nossa simpatia e solidariedade ao Santo Padre e o prometer nossas orações neste momento doloroso.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1
Uma resposta
Como diria o Senhor
Os escândalos são inevitáveis mas ai de quem os causa.