Brasão da Arquidiocese de Fortaleza

Túmulo de Frei Tito é visitado como parte das atividades pelos 50 anos do golpe militar

Natália Fonteles, Adital

A Celebração em homenagem a memória de Frei Tito de Alencar, que foi torturado, exilado e morto durante a ditadura militar brasileira, ocorreu nesta terça-feira, 1º de abril, no Cemitério São João Batista, em Fortaleza, Estado do Ceará. Estavam presentes Nildes Alencar, irmã de frei Tito, membros das Pastorais Sociais, das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), da Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil, Ermanno Allegri, diretor executivo da Agência de Informação Frei Tito para América Latina (Adital), estudantes, entre outros admiradores do ex-preso político.

freitito_nataliafonteles400Diante do túmulo de Frei Tito, Nildes Alencar, bastante emocionada, discursou sobre a luta do irmão em favor da democracia e defesa dos direitos humanos. Ela afirmou que nunca chegou à Comissão da Verdade que seu irmão sofreu perseguições até o fim de sua vida. Segundo Nildes, Frei Tito teve muitas alucinações por conta das torturas que sofreu e que seu martírio se estendeu até o período do seu exílio, na França, onde mesmo longe, sofreu perseguição. Em meio às lágrimas, ela declarou: “Começamos a luta pela Anistia, foi quando eu recebi da Igreja o acalento de saber que dentro de mim, dentro da nossa formação religiosa, eu não tinha um irmão suicida. Foi a marca maior que a ditadura deixou. Meu irmão não era um suicida”

Cantos, orações e discursos deram o tom da celebração. Em clima de comoção, foi lido pelos presentes o relato “As próprias pedras gritarão”, que conta como foram os dias de torturas vividos por Frei Tito; o relato foi escrito pelo próprio Frei.

freititosam_0776_natalia-fonteles400Após a celebração, a Adital conversou com a geógrafa Rosana Oliveira, uma das presentes, que declarou: “Eu já havia lido sobre Frei Tito na faculdade e sempre o admirei enquanto sacerdote e militante. Tenho gratidão a ele, por sua coragem, fidelidade e luta pela liberdade do país”. Rosana contou que viu o convite da Arquidiocese de Fortaleza e não hesitou em comparecer.

Assim como Rosana, outros admiradores, como o artesão Juscelino da Silva, estavam presentes na celebração. O artesão contou que estava presente no dia em que os restos mortais de Frei Tito chegaram à Catedral De Fortaleza (fato ocorrido em março de 1983) e que se sentia emocionado de estar depois 31 anos homenageando mais uma vez a luta do frade dominicano.

Para assistir o discurso de Nildes Alencar acesse: https://www.youtube.com/watch?v=zjnYDKMq62Q – por Adital.

Ou aqui: https://www.youtube.com/watch?v=XoeMOzYzenI&feature=youtu.be, por Sandra Helena integrante da Critica Radical.

“As próprias pedras gritarão”, este é o depoimento de um preso político, frei Tito de Alencar Lima, 24 anos. Dominicano. (redigido por ele mesmo na prisão). Este depoimento escrito em fevereiro de 1970 saiu clandestinamente da prisão e foi publicado, entre outros, pelas revistas Look e Europeo. Frei Tito, por ele mesmo. Leia aqui.

Fotos, Janayna Gomes – Setor de Comunicação da Arquidiocese de Fortaleza.

 

 

Fonte e fotos da matéria: Adital

 

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