Um cristão nunca responde a uma ofensa com um “vai me pagar”, disse o Papa Francisco

Papa abençoa um peregrino durante a Audiência. Foto: Lucía Ballester / ACI Prensa

A caridade com os frágeis, os pobres, os marginalizados…, enfim, a caridade com os últimos da sociedade, é o que sustenta a esperança cristã. Assim o indicou o Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, na Sala Paulo VI.

Essa caridade implica perdoar toda ofensa, responder com o perdão a todo agravo porque, segundo afirmou, “o cristão nunca deve dizer: Você vai me pagar! Este não é um gesto cristão! A ofensa é vencida com o perdão”.

O Papa se referiu à Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, na qual “exorta a permanecerem enraizados na esperança da ressurreição. No mesmo contexto, o Apóstolo mostra que a esperança cristã não tem só um respiro pessoal, individual, mas comunitário, eclesial”.

O Pontífice explicou que aqueles, dentro da comunidade cristã, aos quais encarregaram a responsabilidade e a direção pastoral, “são os primeiros a serem chamados a alimentar a esperança, e isso não porque são melhores do que os outros, mas em força de um ministério divino que vai além de suas forças”.

“Por este motivo, eles têm necessidade do respeito, da compreensão e do suporte benevolente de todos”.

Em sua carta, continuou o Santo Padre, São Paulo lança a atenção também sobre “os irmãos que correm maior risco de perder a esperança, de cair no desespero”. “Refere-se aos desanimados, os frágeis, os oprimidos pelo peso da vida e das próprias culpas que estão sem forças para se levantar”.

“Nestes casos, a proximidade solidária e o calor da Igreja deve fazer-se ainda mais intenso e amoroso, sob as formas de compaixão, de conforto e de consolo”.

Nesse sentido, o Santo Padre ressaltou que “a compaixão não é apenas ‘piedade’. A compaixão é sofrer com o outro, aproximar-se daqueles que sofrem. Uma palavra, um carinho que vem do coração”.

“A esperança cristã não deixar de lado a caridade genuína e concreta”, recordou. Além disso, referiu-se à obrigação dos cristãos de se oferecer aos mais necessitados para aliviar seus fardos sem esperar nada em troca.

“O mesmo Apóstolo dos gentios, na Carta aos Romanos, afirma com o coração na mão: ‘Nós, que somos os fortes – que temos a fé, a esperança, ou não temos tanta dificuldade – temos o dever de carregar as enfermidades dos fracos, sem se compadecer de nós mesmo’”.

“Este testemunho, depois, não permanece fechado dentro dos confins da comunidade cristã, ressoa com toda a sua força também para fora, no contexto social e civil, como apelo a não criar muros, mas pontes, a não pagar o mal com o mal, mas vencer o mal com o bem, a ofensa com o perdão”. “Essa é a Igreja! E é isso que realiza a esperança cristã quando assume os traços fortes e, ao mesmo tempo, tenros do amor”.

Dessa maneira, o Bispo de Roma sublinhou que “não se aprende a esperar sozinho. Ninguém aprende a esperar sozinho. Não é possível. A esperança, para se alimentar, precisa de um corpo, em que os vários membros se apoiam e se animam reciprocamente”.

“Isto significa que esperamos, porque muitos irmãos e irmãs nos ensinaram a esperar e mantiveram viva a nossa esperança. Dentre eles se destacam os pequenos, os pobres, os simples e os marginalizados. Não conhece a esperança quem se fecha no próprio bem-estar”.

Aqueles que “experimentam a cada dia a provação, a precariedade e o próprio limite” são os que nos oferecem “o testemunho mais bonito, mais forte, porque permanecem firmes na confiança em Deus, sabendo que além da tristeza, da opressão e da inevitabilidade da morte, a última palavra será a sua, uma palavra de misericórdia, vida e paz”.

Fonte: ACIDigital

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